Abundância de 2015 “afundou” petróleo
O mundo da energia mudou em 2015, com o barril de petróleo a ser negociado a cerca de metade do preço médio praticado em 2014. Esta é a análise mais relvante que pode ser extraída da 65ª edição do “BP Statistical Review of World energy” de 2016, segundo o responsável pela petrolífera em Portugal, Pedro Oliveira.
“Há 65 anos que compilamos a informação sobre energia a nível mundial e isso dá uma perspetiva de longo prazo à evolução dos mercados, onde se destaca o peso do petróleo, mas também inclui o gás natural, o carvão, a energia nuclear, a produção hidroelétrica e as energias renováveis”, diz o responsável, citado pelo Expresso.
O estudo estatístico de 2016 foi coordenado pelo chefe dos economistas da BP, Spencer Dale, que caracterizou 2015 como um ano de abundância e que foi precisamente isso que teve um impacto da queda dos preços.
As consequências negativas desta conjuntura são sentidas pelos países produtores de petróleo que mantêm grande dependência destas receitas, como é o caso de Angola ou da Venezuela.
Relativamente à evolução do consumo de petróleo na região em que Portugal se integra – Europa e Eurásia – a BP refere que o crescimento em 2015, face a 2014, foi mínimo, remetendo-se a uma variação de 0,4%.
Portugal consumiu em 2015 precisamente 243 mil barris de petróleo por dia, mais 2,2% do que os 238 mil barris diários em 2014, segundo as estatísticas da BP. A nível mundial, o peso do consumo português de petróleo foi de apenas 0,3% do total mundial (a região Europa-Eurásia tem um peso mundial de 19,9% do total mundial).
Em Portugal, 2012 foi o ano com o nível de consumo mais baixo, com 230 mil barris de petróleo por dia, o que corresponde a menos 106 mil barris de petróleo que o nível consumido em 2005, que atingiu 336 mil barris de petróleo por dia. Equivalentes a Portugal – com 0,3% do consumo mundial diário de petróleo – estão países como a Grécia, Áustria, Cazaquistão e Suécia.