“A mobilidade sustentável e inclusiva é fundamental para superar os desafios da transição climática e digital”
“Estamos empenhados em continuar a mudança de paradigma na mobilidade, como forma de atingirmos as metas nacionais e europeias”. A garantia foi dada esta terça-feira, 20 de setembro, por Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e da Ação Climática, na sessão de abertura da conferência sobre “Os Desafios da Mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa”, promovida pela AMT – Autoridade da Mobilidade e dos Transportes.
Enquanto responsáveis por “¼ das emissões de CO2”, “75% do consumo de petróleo em Portugal” e sendo uma das principais fontes de “ruído e de poluição do ar”, os transportes são “decisivos naquele que é o esforço de descarbonizar”, considera Duarte Cordeiro, chamando a atenção, contudo, para a importância de nunca ficar esquecida a “mobilidade” como um todo. Neste âmbito, o ministro lembra alguns dos projetos em curso, como a “expansão das redes do metro de Lisboa e Porto”, a “modernização da rede” ou a “aquisição de material circulante”, com investimentos de “810 milhões de euros” até 2025: “São investimentos estruturantes e que permitem ajudar a alterar o paradigma”.
Também ao nível do POSEUR, Duarte Cordeiro recorda o investimento global de 263 milhões de euros destinados à descarbonização dos transportes públicos: “Conseguiu-se a aquisição de 709 autocarros limpos, elétricos e a gás e respetivos carregamentos, mas também a aquisição de 11 navios 100% elétricos destinados à renovação integral da frota de Transtejo”. Acresce ainda a assinatura, na próxima quinta-feira, 21 de setembro, dos novos contratos de financiamento de aquisição de “mais 257 autocarros, 250 elétricos e 7 a hidrogénio para as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto”, num financiamento apoiado em 48 milhões de euros pelo PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), adianta. Do leque de investimentos, o chefe da pasta do Ambiente lembrou ainda o PART, lançado em 2019: “Foi a concretização coletiva entre o Estado e as Autarquias que permitiu simplificar os títulos de transporte e revolucionar todo o sistema”.
“O novo ciclo de financiamentos comunitários vai trazer novas oportunidade de investimentos”
No atual contexto e tendo em conta os compromissos, o ministro do Ambiente assegurou que o esforço do Governo para o atual mandato centra-se, essencialmente, em garantir que os grandes investimentos estruturais de alargamento do metro ou da descarbonização das frotas se mantenham: “Queremos consolidar os investimentos e garantir que o transporte público não aumenta o preço num ano tão difícil com este e isso é um grande investimento que estamos a fazer”.
Em matéria de mobilidade ativa, Duarte Cordeiro adiantou que está em marcha a Estratégica Nacional para a Mobilidade Ativa e Ciclável 2020-2030, com medidas que permitirão reduzir as emissões de CO2 em mais de 250 mil toneladas entre 2021 e 2030. Também “em breve, vamos apresentar a Estratégia Nacional de Mobilidade Ativa Pedonal”, com vista a “promover as deslocações a pé, assegurando que, até 2030, haja um aumento de 35% na quota modal das deslocações pedonais”, acrescenta.
“O novo ciclo de financiamentos comunitários vai trazer novas oportunidade de investimentos”, disse o ministro do Ambiente, destacando a necessidade de se “planear a mudança”, sendo que “momentos de reflexão, balanços e prospeção” são muito importantes: “O PRR destina 967 milhões de euros para projetos que promovam a mobilidade sustentável”. E esta é uma dinâmica que vai ser reforçada: “Vamos expandir a rede de transportes pesados de passageiros, melhorando o maternal circulante e intervindo no âmbito da logística urbana, sem nunca esquecer a melhoria da qualidade dos serviços de transporte coletivo e promoção e requalificação do espaço urbano, tornando-o mais amigo da boa mobilidade para todos”. Duarte Cordeiro chamou ainda a atenção para a necessidade de se tornar “menos complexa a utilização do transporte público”, agindo para que “as redes seja legíveis”, de forma a informar melhor e permitir um acesso mais fácil: “Aqui, podemos aproveitar a tecnologia para estas mudança”.
Em jeito de conclusão, o ministro do Ambiente voltou a reforçar a vitalidade da mobilidade para o sucesso das metas: “A mobilidade sustentável e inclusiva é fundamental para superar os desafios da transição climática e digital”.