“A economia é central em relação à sustentabilidade”
Conseguir um equilíbrio entre as componentes da sustentabilidade (económica, social, ambiental) que será possível deixar às gerações vindouras um mundo com as mesmas oportunidades de bem-estar, qualidade de vida e prosperidade eocnomica que até então foi possível. Este foi o ponto de partida para Filipe Duarte Santos, presidente do CNADS – Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, destacar que o desafio da sustentabilidade é muito difícil: “Hoje somos 8 mil milhões de pessoas e o raio da terra mantém-se”.
Filipe Duarte Santos que falava na sessão “Diálogos de Sustentabilidade – Tema: Economia Azul”, promovida esta sexta-feira, 6 de janeiro, pela Fundação Inatel, reiterou a necessidade do mundo seguir um caminho que seja sustentável: “Temos de encontrar plataformas comuns e solidariedade entre os vários países, algo que não está a acontecer”.
Focando-se no tema da Economia Azul, o especialista sublinhou o papel essencial do mar, destacando, por exemplo, que “15% das necessidades protéicas da humanidade são satisfeitas pelos oceanos”. Em matéria de alterações climáticas, os oceanos têm a capacidade de “absorver 30% do CO2 em excesso”, bem como de “reter e armazenar o excesso de calor de energia térmica” que gera este excesso de gases com efeito de estufa. Já em termos de PIB (Produto Interno Bruto), o oceano, se fosse um país, estaria em sétimo lugar. O oceano é ainda fonte de “centenas de milhões de empregos” na pesca e aquicultura. Na aquicultura, Filipe Duarte Santos deu nota que a operação desta atividade cresce a uma taxa de 9% desde 1980: “Quase metade das proteínas de peixe consumidas no mundo vem da aquicultura”. Numa vertente mais negativa, o oceano, em matéria de emissões, se fosse um país estaria em oitavo, devido ao transporte marítimo: “É urgente mudar os combustíveis dos nossos navios”. Depois, “30% das fontes dos recursos mundiais de petróleo e gás estão localizados nos oceanos”, atenta o responsável, lamentando o facto de países como a Grã Bretanha ou a Noruega continuarem a explorar gás natural no mar do Norte.
Voltando ainda ao papel preponderante do oceano, o presidente do CNADS atenta nas fontes renováveis de energia, destacando os painéis solares fotovoltaicas, a energia das ondas, a energia das marés e a energia eólica offshore: “Portugal já conta com avanços muito importantes, como a instalação em Viana do Castelo, os concurso para novas instalações”.
Terminando como começou, Filipe Duarte Santos relembra que o desenvolvimento económico é determinante no caminho da sustentabilidade: “Se Portugal se atrasar e se não tiver um crescimento significativo tudo isso vai prejudicar as duas componentes: social e ambiental”. Em suma, “a economia é central em relação à sustentabilidade”.
📸 Raquel Cristine Brito (CC BY-SA 4.0)