O ministro da Agricultura defendeu hoje, no parlamento, que os concelhos da região Centro afetados pelos incêndios sejam um “laboratório” da reforma da floresta para mostrar o resultado, a prazo, dos objetivos do Governo, noticia a Lusa.
Apesar de a propriedade dos concelhos ser privada, pelo que “qualquer intervenção deverá contar com os principais interessados”, o ministro Luís Capoulas Santos acredita que “esta tragédia deveria e poderia levar a iniciar a reforma da floresta precisamente naqueles municípios”.
“Não sendo a reforma [da floresta] visível de imediato à escala nacional, se concentramos todas estas medidas, de forma antecipada, naquele território e transformá-lo num laboratório daquilo que a prazo pode ser a floresta portuguesa bem gerida e bem ordenada”, afirmou aos deputados da Comissão da Agricultura e do Mar da Assembleia da República.
Os incêndios que deflagraram na região Centro no dia 17, e que demoraram uma semana a serem extintos, provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos. Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.
Das vítimas do incêndio que começou em Pedrógão Grande, pelo menos 47 morreram na Estrada Nacional 236.1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, concelhos também atingidos pelas chamas.
O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra. O incêndio de Góis atingiu ainda Arganil e Pampilhosa da Serra, sem fazer vítimas mortais.