O representante da União Europeia (UE) em Moçambique, Sven von Burgsdorff, manifestou hoje o compromisso da organização em ajudar Moçambique a promover o acesso universal a água potável, afirma a Lusa.
Falando durante a inauguração de um sistema de abastecimento de água no distrito de Jangamo, província de Inhambane, o representante afirmou que a UE espera até final do ano servir 42 mil pessoas dos distritos de Jangamo, Homoíne e Murrombone com água potável no âmbito do Programa de Abastecimento de Água e Saneamento (Aguasani). “Esperamos poder inaugurar o sistema de abastecimento de água em Murrombone, em junho, e no final do ano em Homoíne, para poder cobrir os três distritos. São 42 mil pessoas que vão ter acesso à água potável e saneamento”, declarou Sven von Burgsdorff.
O programa, continuou, tem sido um grande sucesso e traduz o compromisso e a solidariedade da UE com o Estado moçambicano. “Faz parte do nosso compromisso de ajudar países como Moçambique a atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” das Nações Unidas, acrescentou o representante da UE.
Sven von Burgsdorff adiantou que a UE está a preparar o alargamento do apoio ao setor do abastecimento de água e saneamento às províncias da Zambézia, centro do país, e Nampula, norte, as mais populosas do país.
A cooperação no setor faz parte da ajuda ao desenvolvimento rural integrado, um dos vários pilares da intervenção da UE em Moçambique. “Faz parte da nossa abordagem o apoio ao desenvolvimento rural integrado, onde temos também as energias renováveis, acesso aos mercados e apoio às pequenas e médias empresas para poder criar emprego e assim garantir segurança alimentar”, acrescentou Sven von Burgsdorff.
Para o período 2015-2020, a UE prevê desembolsar 370 milhões de dólares (329 milhões de euros) para apoio a projetos de desenvolvimento rural integrado em Moçambique, acrescentou.
Por seu turno, o representante do UNICEF em Moçambique, Marcoluigi Corsi, cuja organização é parceira da UE no Aguasani, apontou os benefícios do acesso à água segura para a saúde e educação, referindo que muitas crianças moçambicanas ainda morrem devido a doenças relacionadas com a falta de água. “A família das Nações Unidas, em geral, e o UNICEF, em particular, tem muito orgulho em ter apoiado e contribuído para esta realização e irá continuar a trabalhar com todos os parceiros visando as melhores respostas no setor de águas e em iniciativas desta natureza”, destacou Marcoluigi Corsi.
A instalação dos sistemas de abastecimento de água nos três distritos está avaliada em 10 milhões de euros, resultantes da contribuição da UE de nove milhões de euros e de um milhão de euros do UNICEF.
Dados do Governo moçambicano indicam que mais de metade da população não tem acesso à água potável e a situação é mais crítica nas zonas rurais, onde apenas 36,1% dispõe deste recurso.