Cabo Verde lançou hoje uma campanha de sensibilização ambiental destinada às comunidades nas imediações do Aeroporto Internacional da Praia e que será executada pelo consórcio luso-cabo-verdiano Ecovisão e o Instituto Marquês Valle Flor, acaba de anunciar a Lusa.
A campanha, denominada “Somos pelo Ambiente”, está enquadrada no projeto de expansão e modernização do Aeroporto da Praia, financiado pelo BAD e Governo de Cabo Verde, e em que uma das componentes é a realização de campanhas ambientes ao redor da infraestrutura. É destinada diretamente às comunidades de Achada Grande Frente, Achada Grande Trás, Jamaica e São Tomé, mas terá uma abrangência nacional, através de spots televisivos e meios digitais.
Em declarações aos jornalistas, Susana Palminha, em representação do consórcio luso-cabo-verdiano, disse que o objetivo da campanha é sensibilizar essas comunidades para o bom comportamento ambiental, com atividades relacionadas com a gestão dos resíduos, poupança e reutilização de água, apanha ilegal de areia, proteção das tartarugas e outras espécies e criação de animais em locais em terraços.
Susana Palminha indicou que junto das comunidades serão realizadas campanhas de sensibilização e de limpeza, plantação de árvores, concursos, pintura de morais, feira de ambiente, oficina de reciclagem e ações junto das escolas.
Para o presidente da Câmara Municipal da Praia, Óscar Santos, trata-se de um “projeto interessante”, apesar de abranger diretamente apenas quatro localidades da capital cabo-verdiana, que tem cerca de 150 mil habitantes. O autarca afirmou, porém, que terá uma “abrangência maior” através dos spots televisivos e ações nos meios digitais, esperando, por isso, uma mudança de atitudes e comportamentos das pessoas em relação às questões ambientais.
Sublinhado uma campanha de “bastante pertinência”, o ministro da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde, Gilberto Silva, disse que se enquadra na política ambiental do país, que aposta num processo educativo para a mudança de atitudes e práticas. Gilberto Silva salientou que a campanha é apenas uma peça de um puzzle que incorpora muitas outras medidas, que contribuem para o processo educativo, como as infraestruturas, ações ao nível da cultura e a social.
“Mudança de atitudes e práticas não acontecem de um dia para o outro. É fundamental que tenhamos também essa visão, não só de curto, mas de médio e longo e longo prazo”, disse o ministro, enfatizando as necessidades de adoção de ações adequadas ao contexto e especificidades de cada cidade e bairro.
A campanha ambiental, que terá a cantora cabo-verdiana Élida Almeida como embaixadora, junta-se a uma de sensibilização sobre questões de saúde, que já está a decorrer no país, com ambas a custarem 25 milhões de escudos cabo-verdianos (cerca de 226 mil euros).