Em 2021, a AdRA (Águas da Região de Aveiro) conseguiu atingir, pela primeira vez e na globalidade da região onde está presente, um valor de água não faturada de apenas 20%.
Depois de conseguir um bom desempenho nas redes localizadas em Aveiro, a empresa resolveu alargar, de forma acelerada, esse nível de eficiência aos restantes nove concelhos onde está presente, promovendo um Projeto de Eficiência Hídrica pioneiro em Portugal. Nesse projeto, iniciado em 2019 em parceria com a Indaqua, prevêem-se poupanças que ascenderão, em cinco anos, aos 8 milhões de metros cúbicos de água, pode ler-se num comunicado.
Para alcançar estes resultados, a AdRA estabeleceu objetivos anuais que permitem avaliar de uma forma rigorosa evolução do projeto. Logo nos primeiros dois anos da parceria, foi alcançada uma “poupança próxima dos 3.654 mil metros cúbicos de água, valor que superou em mais de 200% a meta fixada para esse período2. Já no terceiro ano, “as poupanças acumuladas ascenderam a 5,8 milhões de metros cúbicos de água”, refere o mesmo comunicado. Isto significa que já foram eliminadas 36% das perdas de água que existiam ao longo da rede de abastecimento, garantindo que se evitou o desperdício de água suficiente para abastecer o mesmo território durante 4 meses.
O Projeto de Eficiência Hídrica implementado nos concelhos de Águeda, Albergaria-A-Velha, Estarreja, Ílhavo, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga e Vagos, onde também participa a Indaqua, foi inovador a nível nacional, uma vez que aplica um modelo de remuneração por desempenho onde se partilham as poupanças efetivamente alcançadas. Neste tipo de projetos, o pagamento aos restantes parceiros envolvidos, que garantem os recursos tecnológicos necessários a uma mais rápida redução de perdas, só acontece quando os objetivos definidos são efetivamente alcançados.
Segundo Pedro Perdigão, CEO do Grupo Indaqua, “os resultados já alcançados, neste que foi o primeiro projeto deste género a nível nacional, vêm demonstrar as virtudes dos contratos com remuneração por desempenho também na área da eficiência hídrica. Estes contratos possibilitam, com valores mínimos de investimento por parte das entidades gestoras, acelerar projetos que, de outra forma, demorariam décadas a ser implementados”.
No entender do responsável, “a escassez do recurso água para consumo humano atribui a esta problemática uma urgência que não se compadece com os tradicionais projetos levados a cabo de forma isolada, pelo que nos dá particular satisfação observar que em todos os projetos deste género em que estamos envolvidos em Portugal têm sido atingidos os objetivos mais cedo do que o previsto”.