Os cães e gatos que recebem os devidos cuidados vivem hoje mais dois anos do que há uma década, segundo a perceção de Luís Montenegro, diretor clínico do hospital que organiza a XIII edição do Congresso Hospital Veterinário Montenegro, destaca hoje a Lusa. Os melhores cuidados veterinários disponibilizados pelos donos dos animais domésticos aumentaram a esperança de vida dos cães e dos gatos que antes não viviam tanto tempo”, disse.
Este veterinário sublinha que, atualmente, é relativamente comum encontrar um cão ou um gato com 15 anos de idade e uma boa qualidade de vida, quando há uma década a sua idade máxima seria 13 anos. Isto deve-se, na ótica deste veterinário, a uma maior sensibilização da população para as necessidades dos animais e que se reflete em idas frequentes aos veterinários, aplicação de vacinas, cuidados com a alimentação. “Hoje em dia as pessoas têm consciência de que os cães e gatos são animais diferentes e que precisam de cuidados diferentes”, adiantou.
Esta realidade conduz a uma outra: a existência de muitos animais domésticos em idade geriátrica e com problemas de saúde do foro cardiorrespiratório. O sistema cardiorrespiratório é precisamente o tema da XIII edição do Congresso Hospital Veterinário Montenegro, que se realiza no próximo fim-de-semana em Santa Maria da Feira, e para o qual é esperada a participação de cerca de 3.000 veterinários, dos quais perto de 300 espanhóis.
“Trata-se de um tema muito emergente porque, fruto da evolução da medicina veterinária, a maior parte dos nossos animais em Portugal estão a entrar na idade geriátrica”, declarou Luís Montenegro. Este médico veterinário acrescentou que “a poluição está a aumentar os problemas cardiorrespiratórios dos animais, mercê dos ambientes cada vez mais confinados em que as pessoas vivem, menos arejados e com mais produtos químicos”.
Segundo Luís Montenegro, os animais domésticos sinalizam mais facilmente os riscos, até para os humanos. A incidência dos problemas cardiorrespiratórias nos cães e gatos manifesta-se através da bronquite crónica, “muito frequente e sem dúvida associada a ambientes muito poluídos”, mas também a doença cardíaca associada à obesidade e ao sedentarismo. Aos consultórios veterinários chegam também cada vez mais casos de animais domésticos com doenças oncológicas, disse.