As barragens do Tâmega são inúteis, não aumentarão a produção de eletricidade, custarão dinheiro aos consumidores e terão graves consequências para a qualidade da água e a biodiversidade, incluindo o lobo-ibérico. Esta é a opinião das associações ambientalistas Geota e Zero, revela o Jornal de Notícias.
A Iberdrola assegura que irá produzir o equivalente a 6% do consumo de eletricidade mas a Geota desmente. A maior parte da energia será usada pelas duas barragens a jusante para bombear água do rio para a albufeira, situada a montante (uma forma de armazenar água e energia). Assim, a injeção líquida de eletricidade na rede será de 0,6% do consumo, assegura Ana Brazão, do Geota.
Além disso, diz Carla Graça, da Zero, o reforço de potência feito nas barragens existentes já permitiu aumentar a produção para o nível previsto quando Sócrates lançou o Plano Nacional de Barragens.
Por isso, dizem, não se justificam novas construções, que vão afetar um ecossistema onde vive o lobo-ibérico (uma espécie protegida) numa região semiárida, onde a redução do caudal do rio e a criação de albufeiras estagnadas vai piorar a qualidade da água.