Vão avançar, em 2017, dois projetos no Estádio Universitário de Lisboa (EUL), com o intuito de lhe dar uma nova vida, refere hoje o Diário de Notícias. O primeiro, que estará concretizado em março ou abril do próximo ano, é a rearborização da zona verde, depois de um diagnóstico feito pela Câmara Municipal de Lisboa (CML), a indicar que era necessária a intervenção por existirem espécies doentes. O segundo – já contestado publicamente – é a construção de um restaurante junto ao estádio, o que vai implicar o abate de doze árvores.
Sobre o plano para uma nova zona verde, João Roquette, adiantou que a câmara fez um estudo, que já está concluído, e vão ser lançados os concursos. “O Estádio Universitário tem duas mil e tal árvores. Até agora nunca tinha havido a oportunidade de planear a envolvente verde. É o que vai ser feito. Virão algumas espécies de viveiros da autarquia e algumas árvores de fruto. No total, a zona verde vai ficar com cerca de três mil árvores”, explicou o presidente do EUL. O plano vai implicar “o corte de 60 árvores doentes, entre as quais um conjunto de choupos que se encontram à entrada do estádio”.
Depois de uma das árvores ter caído em cima de um carro, num temporal de inverno em 2015, surgiu a necessidade de rever a arborização do local, referiu o responsável. O que se pretende, acrescentou João Roquette, “é o renascimento de um espaço único na cidade, onde muitas pessoas, que não apenas os universitários, vêm passar os fins de semana”. Para tornar a zona verde ainda mais atrativa, haverá informação escrita junto às árvores sobre cada espécie, à semelhança do que acontece nos jardins botânicos.
Mas, se este primeiro plano não é polémico, o mesmo não se pode dizer quanto à construção de um restaurante da cadeia Burguer King, junto ao cruzamento das avenidas dos Combatentes e Professor Egas Moniz, num terreno baldio, ao lado do posto de combustível, que era usado para estacionamento selvagem. Os movimentos Plataforma para a Defesa das Árvores e Fórum Cidadania Lisboa, criticaram o projeto, nomeadamente no anexo ao contrato, que refere a necessidade de um recuo do novo estabelecimento comercial para o interior do limite ao estádio, devido à constatação de que o baldio situado em frente virá agora a ser integrado na rotunda que a CML decidiu entretanto construir no local.
A consequência era o abate de 60 árvores, diziam os movimentos, um número que João Roquette corrigiu: “Serão abatidas doce árvores. As 60 a que se referiam são as que serão cortadas no plano de rearborização”.
Rosa Casimiro, da Plataforma para a Defesa das Árvores admite o erro: “Limitámos-nos a contar as árvores que haviam no terreno”. “Mas 60 ou 12 árvores para nós é igual. Não se deviam abater árvores para construir um restaurante de fast food”, comentou.