A mais recente reprogramação do Plano Estratégico da PAC (PEPAC) apresenta uma forte redução das verbas disponíveis para o investimento na Agricultura, situação que a FENALAC, associação que representa os produtores de leite, considera “inaceitável” do ponto de vista deste setor em particular.
Os cortes previstos, na ordem dos 50%, “representam um rude golpe nas expectativas dos produtores de leite, na medida em que são urgentes investimentos na modernização das explorações leiteiras. Com efeito, o setor precisa urgentemente de um pacote robusto de apoio à restruturação das unidades produtivas, permitindo a atualização dos equipamentos, o ajustamento às alterações climáticas e a redução de custos operacionais, nomeadamente as despesas com energia”, pode ler-se no comunicado enviado à imprensa.
O Secretário-geral da FENALAC, Fernando Cardoso, reforça que “a implementação destes investimentos é fundamental para o desenvolvimento sustentável da fileira do leite, garantindo a sua competitividade, sendo de sublinhar que o PEPAC deve apoiar a atividade económica agrícola em detrimento da simples remuneração da propriedade”.
Também a CONFAGRI se manifesta contra estes cortes. “Não apostar no investimento é abdicar do futuro da agricultura e deitar a perder a possibilidade, atribuída pela Política Agrícola Comum, dos agricultores inovarem nas suas produções, melhorarem as suas práticas sustentáveis e serem mais competitivos nos mercados europeus e globais”, afirma Nuno Serra, Secretário-Geral da CONFAGRI.
“Portugal necessita de uma estratégia de produção e crescimento e isso não está refletido nesta proposta do Governo. As políticas públicas devem ser usadas para quem faz uma gestão ativa e produtiva do território, discriminando positivamente quem produz e contribui positivamente para o PIB Nacional”, defende ainda a CONFAGRI.