Os cientistas identificaram mais de 200 espécies de aves que estão em risco de extinção, mas que não estão classificadas na Lista Vermelha a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), segundo um estudo da Science Advanges, noticiou o Jornal de Notícias.
O investigador Stuart L. Pimm, professor de ecologia da conservação na Universidade de Duke, nos EUA, alerta que a lista de espécies ameaçadas da IUCN subestima o número de espécies em risco porque não utiliza tecnologias modernas de dados geoespaciais nas suas avaliações. “O processo de avaliação da Lista Vermelha foi desenvolvido há 25 anos e não faz uso dos avanços nas tecnologias geoespaciais”, disse Pimm, citado num comunicado da revista.
“Temos novas poderosas ferramentas ao nosso alcance, incluindo mapas digitais muito melhorados, avaliações globais regulares do uso da terra recolhidos por satélite e mapas que mostram que áreas do planeta não estão protegidas por parques nacionais”, explicou.
O especialista ressalvou que a Lista Vermelha critérios rigorosos e objetivos, e que é transparente, mas que os seus métodos “estão seriamente ultrapassados”.
Os cientistas usaram dados de teledeteção recolhidos por satélite para identificar mudanças no uso da terra que estão a reduzir os habitats de quase 600 espécies de aves em seis zonas tropicais: a Floresta Atlântica do Brasil, a América Central, os Antes ocidentais da Colômbia, Madagáscar, Sumatra e o Sudeste asiático.
A conclusão foi que, embora 51% das espécies avaliadas estejam nas categorias certas na lista da IUCN, 43% deveriam estar em níveis de segurança mais elevados, segundo a sua análise.
Das 600 espécies, apenas 108 estão atualmente classificadas na Lista Vermelha como estando em risco de extinção, mas, segundo a nova análise, 210 das espécies enfrentam risco acelerado de extinção e deveriam ser classificadas como ameaçadas, com base na extensão e ritmo da perda de habitat documentada.