Desenvolvido com objetivo de melhorar a qualidade das águas próximas a pontos de descarga de efluentes de estações de tratamento de águas residuais e lixiviantes, o projeto-piloto INOVÁGUA vai iniciar no próximo mês de setembro nas ETAR de Urjais, Mirandela e Bragança.
O projeto é dinamizado pelo consórcio constituído pelo Centro Tecnológico de Gestão Ambiental (empresa do Grupo Aquapor), o Instituto Politécnico de Bragança, a Águas do Norte, S.A. e a Resíduos do Nordeste, EIM, SA.
Durante 36 meses, este consócio irá monitorizar a qualidade das águas e instalar barreiras reativas permeáveis, à escala piloto, como demonstração da solução inovadora de baixo custo para o tratamento e reutilização de efluentes em irrigação agrícola. A implementação das atividades do projeto irá, assim, permitir avaliar do ponto de vista técnico e económico os benefícios desta solução, com vista à sua aplicabilidade em escala real em diferentes cenários.
Hugo China, CEO da CTGA, explica que “o cariz inovador do projeto INOVÁGUA reside na utilização de barreiras reativas permeáveis produzidas com materiais de baixo custo, obtidos a partir de fontes residuais, tais como biochars, carvões ativados e geopolímeros, para a remoção de micropoluentes emergentes, designadamente desreguladores endócrinos, compostos perfluorados, surfactantes, aditivos de gasolina, etc., nos casos em que as metodologias terciárias das ETAR sejam pouco eficientes. Desta forma, este projeto irá contribuir para a eficiência hídrica através da possibilidade de reutilização dos efluentes assim tratados na irrigação para a agricultura, contribuindo ativamente para a melhoria da qualidade das massas de água à saída das ETAR, com benefícios óbvios para a sustentabilidade dos recursos hídricos”.
O projeto INOVÁGUA encontra-se atualmente em fase de contratualização do financiamento concedido pela Fundação La Caixa, com apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia, no concurso de projetos pilotos-inovadores do programa PROMOVE 2024: o futuro do interior.