Eduardo Marques, presidente da Direção da Associação das Empresas Portuguesas para o Sector do Ambiente (AEPSA), criticou a “dependência dos subsídios” no setor da água em Portugal e defendeu uma gestão mais eficiente.
“Há 30 anos o setor começou a ser muito desenvolvido com a infraestruturação geral do país, mas, infelizmente, na última década, está estagnado. Temos perdas de água há 10 anos praticamente iguais às que temos hoje. Portanto, digamos, não tem havido um salto de qualidade de desempenho”, lamentou à Ambiente Magazine, na conferência realizada pela AEPSA para apresentação de um estudo sobre as políticas de subsidiação do setor nacional da água, realizado pelo Professor Rui Cunha Marques, da FUNDEC do Instituto Superior Técnico, mostrando ainda preocupação com “o fim dos subsídios”.
“Estamos sempre à espera de fundos europeus e isso já acabou. Com novos países a aderir à União Europeia eu diria que, com grande probabilidade, não vamos ter mais fundos estruturais e, por isso, temos que ser capazes, através de uma gestão eficiente, como fazem as entidades privadas, que não têm qualquer tipo de subsídio, garantir a sustentabilidade. Não podemos estar subsídio-dependentes, temos que ser auto-sustentáveis pela eficiência na gestão”, considerou.
Eduardo Marques explicou ainda que “50% dos municípios não cobrem custos, o que quer dizer que os custos operacionais são maiores que as tarifas”, acabando por “subsidiar a operação através de impostos municipais” e censurou o fundo ambiental por ser “muito discricionário” na atribuição de fundos.
Setor das águas “subsídio-dependente” há décadas e “estagnado”