Depois do Governo português determinar que o período de submissão de candidaturas ao apoio financeiro de emergência, relativo ao impacto de perdas de produção e do acréscimo de custos com alimentados externos às explorações resultantes da seca, decorria entre 14 e 28 de dezembro (até às 17h), a CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal) expressou-se indignada, revelando que no país vizinho, onde se aprovou medidas similares de apoio, as verbas são “incomparavelmente superiores às concedidas aos agricultores portugueses”.
Segundo a confederação, as verbas em Portugal não chegam a 5% do total de ajudas concedidas em Espanha: “esta é uma realidade que agrava, e muito, a competitividade da nossa agricultura e deve merecer uma profunda reflexão, e ação, por parte dos decisores públicos”, pode ler-se no comunicado enviado à imprensa.
“Em Portugal, não só a medida surge no último mês no ano, como surge, também, sem anúncio ou comunicação prévia. Este anúncio em cima da hora vai obrigar as associações a fazerem um esforço não previsto de contacto com todos os agricultores para os informar das candidaturas, e vai obrigar também os agricultores a terem que alterar as tarefas que tinham programadas para a semana – que é a semana que antecede o Natal e que coincide, naturalmente, com um período de maiores compromissos e constrangimentos, designadamente, de ordem familiar”, acusa ainda a CAP, “sem prejuízo de as candidaturas poderem ser feitas online, o que é obviamente positivo, a verdade é que o nível de literacia digital de muitos agricultores, sobretudo os de menor dimensão, vai obrigar a interromperem tarefas previstas e compromissos assumidos e levarão a uma corrida às salas de atendimento que existem para o efeito”, pode ainda ler-se.
Nesse sentido, a confederação apela a uma extensão do prazo até ao final da primeira semana de janeiro, além de pedir aos partidos políticos uma revisão dos montantes de apoios concedidos.