Na Nazaré, desde há milhares de anos que surgem pequenos fluxos de petróleo que indicam a possibilidade de ouro negro em Portugal, além de outros indícios, nomeadamente, no Algarve. porém, segundo noticia hoje o Público, esta atividade representa um elevado risco a nível ambiental e turístico.
“Estes depósitos são próximos de reservas ou de parques naturais. Há riscos associados a derrames ou fugas. Quando estes acidentes ocorrem, os prejuízos são gravíssimos, não só em termos ambientais, como económicos”, explicou Nuno Sequeira, da Quercus.
Também o Presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, Elidérico Viegas, mostra reservas:”a exploração do petróleo e o turismo são conflituantes entre si. Uma atividade poluente a par de uma atividade que precisa de ambiente de qualidade não lembra a ninguém minimamente esclarecido”.
Portugal atribuiu cinco grandes concessões de petróleo, duas delas em fase mais adiantada. A mais promissora, era no mar do Algarve, atribuída ao consórcio Partex/Repsol, que tinha o primeiro furo exploratório marcado para outubro. No entanto, o prazo não será cumprido por não ser a melhor altura em termo económicos, visto que, uma sonda exploratória pode chegar ao custo de 60 milhões de dólares. Além disso, apenas uma em cada cinco perfurações descobre reservas suficientes para haver rentabilidade.
O consórcio continua as atividades de rotina, fazendo estudos geológicos, mas o barco-sonda (que iria fazer a perfuração), não vem a Portugal.
Outra das concessões era a da Galp e da Eni, na Costa Alentejana, e neste caso, a incerteza é ainda maior, sendo que a perfuração prevista para este ano, também foi alterada.
Este é um projeto que tem merecido forte contestação de moradores, ambientalistas, autarcas, e empresários. Além disso, devido ao calendário eleitoral das câmaras municipais marcadas para daqui a um ano, a autorização da prospeção de petróleo, pode ser um risco elevado.
A primeira tentativa de encontrar ouro negro, autorizada pelo Governo de Salazar, aconteceu em 1938, nas bacias Lusitânicas e no Algarve. Já foram feitos inúmeros testes e há indícios da existência de petróleo, no entanto, os riscos para o ambiente e para o turismo podem ser elevados.