Fundada em 2021, e adquirida em 2022 pelo grupo MSTN, a b4Logic tem como principal motivação o (mau) uso que é dado ao plástico e a forma como os consumidores o descartam.
Preocupados com os números que apontam para que apenas 9% dos cerca de 400 milhões de toneladas de plásticos produzidos anualmente, a nível mundial, são reciclados, Raúl Fangueiro, João Bessa, Fernando Cunha e Carlos Mota, investigadores da Universidade do Minho, apostaram na criação e desenvolvimento de biomateriais, a partir de subprodutos naturais e biodegradáveis, provenientes da indústria.
“Com o crescente aumento da população mundial, a sobreexploração dos recursos naturais para a conceção de matérias-primas, e a deposição, cada vez mais significativa, em aterros de produtos em final de ciclo de vida, é urgente repensar soluções que permitam a circularidade e valorização de subprodutos”, destacam os fundadores.
Estes novos biomateriais que podem ter por base diferentes tipos de resíduos, como folhas de oliveira, café, cortiça, ardósia ou casca de laranja, entre outros tipos, possibilitam a obtenção de produtos de base biológica, biodegradáveis e compostáveis, para os setores das embalagens, agricultura, cosmética, automóvel e têxtil.
As composições são utilizadas para criar diversos tipos de produtos e embalagens em diferentes setores e propósitos. Após a sua utilização podem regressar ao solo, com um impacto no ecossistema muito menor em comparação com os plásticos provenientes de origem fóssil. Para além de biodegradáveis e compostáveis, a produção de biomateriais, com caraterísticas semelhantes aos plásticos convencionais, permite uma poupança energética até 65%.
A ambição a curto e médio prazo é reforçar e consolidar a presença no mercado português, alargando o espectro de atuação a outros setores, mas a ambição passa pela internacionalização, sobretudo nos mercados do Norte da Europa, em que a utilização de biomateriais tem sido alvo de particular destaque no seu desenvolvimento económico, social e ambiental.