A associação ZERO aproveita a Semana Europeia da Mobilidade para alertar que as emissões de gasolina e gasóleo em Portugal aumentaram 6,2% em relação ao período de pré-pandemia, segundo dados das Estatísticas Rápidas dos Combustíveis Fósseis, publicadas pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).
As emissões totalizaram 18,2 milhões de toneladas de dióxido de carbono, sendo que o aumento foi mais notável no consumo de gasolina 95, que viu as suas emissões, em termos de ano-móvel, aumentar entre julho de 2019 e julho de 2023, em 12,9%, atingindo 3,2 Mt CO2 no total do ano, mais do que no gasóleo, cujas emissões, no mesmo período, subiram 4,9% para as 14,6 Mt CO2 no total do ano.
Este crescimento nas emissões do setor dos transportes deve-se, aponta a associação, a fenómenos como o aumento do uso do automóvel particular, devido à pandemia, à expansão dos regimes de trabalho parcial ou totalmente remotos, a saída de muitas dezenas de milhares de residentes dos municípios do Porto e Lisboa (cerca de 70 mil entre 2019 e 2022) face à acentuada subida dos preços da habitação, e ao aumento do volume de turistas em 11,8%, em relação ao semestre homólogo de 2019, que visitaram regiões mais afastadas dos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro.
A associação recorda que para alcançar os objetivos propostos na revisão do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) para 2030, as emissões do setor dos transportes têm que ser reduzidas 2% todos os anos a partir do próximo ano e não aumentar 5,4% como aconteceu entre julho de 2022 e julho de 2023.