O Estádio D. Afonso Henriques e a Academia Desportiva do VSC, em Guimarães, são mais verdes, através da implementação de duas centrais de energia fotovoltaica (Comunidade de Energia), que nasce da parceria entre a Sustainable Energy Systems (SES) e o Vitória Sport Clube.
Este projeto nasce da necessidade de dar resposta às metas estabelecidas pela União Europeia, que que visam a redução de 55% dos gases de efeito estuda até 2030 e a neutralidade carbónica em 2050: “Pretendemos contribuir para o uso de energias provenientes de fontes “amigas do ambiente”, que em simultâneo reduzem e estabilizam os custos da energia”, afirma Paulo Silva, cofundador da SES.
Com uma potência de 1MW, a Comunidade de Energia consiste na “instalação de 1.900 painéis solares e assegurará 45% da autonomia energética do estádio”, sendo ainda uma “fonte de energia para dezenas de famílias, que verão uma redução, na sua fatura de energia, de até 30%”, refere o responsável, destacando que o projeto vai “evitar a emissão de 654 toneladas de CO2 por ano, o equivalente à plantação de cerca de 4.575 árvores”.
Reconhecendo que a produção de energia descentralizada é essencial para combater a pobreza energética que afeta ainda milhares de famílias e para aumentar a independência face aos grandes centros produtores, Paulo Silva considera que este é um “modelo mais democrático” e, acima de tudo, “ambientalmente responsável”. E os benefícios são claros: “Alavanca a produção de energia proveniente de uma fonte limpa e incentiva a redução dos custos no consumidor final”. Acresce que Guimarães é um concelho com “fortes preocupações com a proteção do meio ambiente”, tendo em curso uma “candidatura a Capital Verde Europeia, onde este projeto tem uma evidente sintonia”, afinca o responsável.
“(Queremos) atingir os 50 MW no prazo de dois anos”
Com um investimento global em cerca de 800 mil euros, a SES vai explorar a produção de energia durante 15 anos: “Prevemos que (as duas centrais) estejam operacionais no quarto trimestre deste ano e a expectativa para os próximos dois é anos é atingir os 50 MW”.
Tratando-se de um modelo ainda muito recente, o responsável considera que a implementação de comunidades de energia têm ainda “alguns condicionalismos ao nível da celeridade dos licenciamentos”, pelo que, a meta para o curto-prazo assenta em “credibilizar o modelo com bons exemplos” como esta parceria com o VSC, bem como “atingir os 50 MW no prazo de dois anos”.
Após resolvidos os “constrangimentos ao nível burocrático”, Paulo Silva está otimista: “Portugal é um país com enorme potencial ao nível da produção de energia fotovoltaica e, acima de tudo, tem enraizado de forma muito interessante esta temática. A empresa está fortemente empenhada em ser um player ativo neste mercado”.