Há menos quatro praias ZERO Poluição do que em 2022, uma redução de 7% em relação ao ano passado (de 58 praias classificadas em 2022 para 54). Segundo a análise da Associação ZERO, as praias ZERO Poluição representam assim 8% do total das 659 zonas balneares em funcionamento.
A poucos dias – 1 de junho – da abertura da época balnear, a ZERO quis aproveitar a ocasião para anunciar as 54 Praias ZERO Poluição em Portugal, numa altura em que vão abrir 205 do total de 659 águas balneares.
Num comunicado, a ZERO recorda que todas as praias classificadas o ano passado como Praias ZERO Poluição estão classificadas, ao abrigo da legislação, como praias com qualidade da água “excelente”. Esta redução de praias ZERO Poluição, segundo a Associação, pode estar relacionado com o facto de, “na maioria das vezes, à custa de uma única análise onde foi detetada a presença de microrganismos, mesmo que muito longe do valor-limite”, deixaram de poder ser consideradas. Mas, pela positiva, destaque para a “entrada de mais uma praia de Albufeira a acrescentar às cinco existentes no ano passado, e a passagem de uma para três praias em Odemira, uma das quais interior”, lê-se no comunicado da ZERO.
Há 41 praias ZERO no Continente em 18 concelhos
Na análise da Associação, destaca-se Matosinhos, Torres Vedras e Vila Real de Santo António que passaram a fazer parte dos concelhos com pelo menos uma Praia ZERO Poluição. Já Esposende, Loulé, Peniche, Sabugal e Vila do Conde deixaram de estar representados. Em termos de balanço, saíram da lista do ano passado 17 praias e entraram 13 novas.
De acordo com a ZERO, esta análise teve em conta os parâmetros da legislação em vigor. Os concelhos com maior número de Praias ZERO Poluição são Albufeira com seis praias, Porto Santo, Tavira e Vila do Bispo com quatro e Alcobaça, Aljezur, Faro, Odemira, Sesimbra e Vila do Porto (Santa Maria, Açores) com três. De referir que há 41 praias ZERO no Continente em 18 concelhos, oito praias nos Açores em seis concelhos e cinco praias na Madeira em dois concelhos.
No mesmo comunicado, a Associação relembra que “é extremamente difícil conseguir um registo incólume ao longo de três anos nas zonas balneares interiores”, muito mais suscetíveis à poluição microbiológica. À semelhança do que aconteceu no ano passado, há uma zona balnear interior com a classificação de ZERO poluição – a Albufeira dos Alfaiates no concelho do Sabugal deixou de ser uma Praia ZERO Poluição, mas verificou-se a entrada na lista da praia de Santa Clara no concelho do Odemira. Todas as restantes praias são consideradas “costeiras”. Este facto, segundo a ZERO, é um indicador do “muito que ainda há a fazer para garantir uma boa qualidade da água dos rios e ribeiras em Portugal”, o que requer esforços adicionais ao nível do saneamento urbano e das empresas.
O que é uma praia ZERO poluição?
A partir de dados solicitados à Agência Portuguesa do Ambiente, a Associação ZERO identificou as praias que, ao longo das três últimas épocas balneares (2020, 2021 e 2022), não só tiveram sempre classificação “EXCELENTE” como apresentaram valores zero ou inferiores ao limite de deteção em todas as análises efetuadas aos dois parâmetros microbiológicos controlados e previstos na legislação (Escherichia coli e Enterococos intestinais). Isto é, em TODAS as análises efetuadas não houve sequer a deteção de qualquer unidade formadora de colónias. Consideram-se três anos por corresponder ao período mínimo habitualmente requerido pela Diretiva 2006/7/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 15 de fevereiro de 2006, relativa à gestão da qualidade das águas balneares, para se proceder à classificação da qualidade da zona balnear.
Uma vez que a época balenar está prestes a abrir, a ZERO selecionou alguns aspetos que considera cruciais neste início de época balnear em muitas praias:
- Por razões ambientais e de segurança, só devem ser frequentadas praias classificadas como zonas balneares, onde se conhece a qualidade da água e onde haja vigilância;
- Não devem ser deixados quaisquer resíduos na praia e, sempre que possível, devemos encaminhá-los através da recolha seletiva;
- Deve-se preservar a paisagem e os ecossistemas envolventes das zonas balneares, evitando o pisoteio de dunas ou outras áreas sensíveis.