A Valorsul e a Lipor organizaram uma conferência para debater a problemática da Captura, do Armazenamento e a Utilização de Carbono gerado nas Centrais de Valorização Energética e que contou com a participação de vários especialistas internacionais.
A iniciativa, que se realizou esta segunda-feira, em Lisboa, reflete-se no objetivo de atingir a neutralidade carbónica até 2050. Ou, por outras palavras, “travar as alterações climáticas e prevenir consequências nefastas para o Planeta”, tal como disposto no Acordo de Paris, assinado em 2015.
Num comunicado conjunto, a Valorsul e a Lipor informam que, “em debate, estiveram os caminhos, as soluções e os compromissos para colocar em prática, por Organizações e Estados nos próximos anos”.
A Valorsul, por exemplo, explica que, “desde o início da sua constituição”, “trabalha diariamente com este desígnio”, utilizando viaturas pesadas para transporte de resíduos movidas a gás natural, assim como valorizando o fluxo seletivo de biorresíduos, “que tem ganho cada vez mais destaque ao nível ambiental pelo facto de contribuir largamente para a redução das emissões de CO2 equivalente”.
A empresa de tratamento e valorização de resíduos afirma ainda que continua a trabalhar na transição da atual cadeia de valor de resíduos para uma cadeira de valor de recursos, “maximizando a reintrodução de materiais na economia, e a procurar encontrar soluções de baixo carbono para as futuras centrais de tratamentos e sistemas de recolha e de transporte da empresa”.
“É da máxima urgência que pensemos como vamos trabalhar todos em conjunto neste setor, para alcançar estas importantes metas do Acordo de Paris, que devem ser uma preocupação comum de organizações privadas, organismos públicos e cidadãos”, explica Marta Neves, presidente da Comissão Executiva da Valorsul.
Já para a Lipor, o objetivo de descarbonização das atividades operacionais de Valorização dos Resíduos Urbanos produzidos na região do Grande Porto “é claro”.
A empresa sublinha que tem em marcha vários projetos e iniciativas, destacando como fundamental “a questão da Captura do CO2 produzido na Central de Valorização Energética da Maia”. Para além disso, esta central representa, nas palavras da Lipor, “um importante ativo que permitirá encarar o desenvolvimento de um projeto de produção de combustíveis sintéticos ecológicos”.
“Naquilo que significa a transformação do atual modelo de negócio da LIPOR, a nossa busca de parcerias para desenvolver produtos de alto valor acrescentado é uma realidade a que não são alheios projetos de elevada complexidade, mas de altíssimo valor ambiental e até económico, como é o caso da produção de combustíveis ecológicos para o Setor da aviação”, afirma José Manuel Ribeiro, presidente do Conselho de Administração da Lipor.
O debate organizado pela Valorsul e a Lipor, neste dia 15 de maio, contou, na sessão de abertura, com a presença de Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e Ação Climática. Da sessão fez ainda parte Nuno Lacasta, presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente.