Os agrupamentos do Corpo Nacional de Escutas (CNE), que participaram na campanha “Escuteiros Electrão”, recolheram, em 2022, mais de sete toneladas de pilhas e baterias usadas, que foram depois encaminhadas para reciclagem. A terceira edição desta iniciativa decorreu entre março e dezembro do ano passado.
Os prémios pecuniários serão distribuídos pelos dez agrupamentos que reuniram a maior quantidade de equipamentos. O valor total ascende aos quatro mil euros, avança o Electrão num comunicado.
O Agrupamento da Serafina, em Lisboa, foi o grupo de escuteiros que reuniu mais pilhas e baterias usadas, com um total de 1.744 quilos recolhidos. Receberá o prémio mais elevado, no valor de 1.000 euros.
Em segundo lugar, ficou o Agrupamento de Santa Comba Dão, no distrito de Viseu. Os elementos deste agrupamento receberão um prémio no valor de 600 euros, por terem reunido 1.644 quilos de pilhas e baterias para reciclagem. O agrupamento de São Simão de Oiã, no concelho de Oliveira do Bairro, em Aveiro, ficou em terceiro lugar, ao reunir um total de 1.513 quilos de equipamentos. Receberá um prémio de 400 euros.
Um incentivo de 200 euros será oferecido aos agrupamentos de Vale S. Martinho, Oliveira de Santa Maria, no distrito de Braga, e Darque, em Viana do Castelo. Os agrupamentos de Olival (Ourém), Tomar, Carnide e Oliveirinha (Aveiro), receberão 100 euros pelas quantidades recolhidas.
Para além dos prémios a entregar aos agrupamentos, o Electrão avançará ainda com a atribuição de um prémio para o Corpo Nacional de Escutas, no valor de 1.000 euros.
A associação de gestão de resíduos explica o objetivo do projeto “Escuteiros Electrão”, no comunicado, que é “sensibilizar e envolver os escuteiros, os voluntários, os pais e a comunidade em geral para o esforço de preservação do ambiente através do encaminhamento adequado de pilhas e baterias usadas para reciclagem”.
Ricardo Furtado, diretor-geral do Electrão, reforça a mensagem, dizendo que “os escuteiros portugueses têm contribuído para dar força a uma campanha de recolha de pilhas e baterias que tem um enorme potencial e que permite que os jovens se envolvam ativamente nesta causa de proteção ambiental”.
As pilhas demoram cerca de cem anos a decompor-se, libertando, no decorrer do processo, elementos tóxicos, como o mercúrio, o chumbo ou o cádmio, que vão poluir o meio ambiente. Se descartadas indevidamente, o Electrão adverte que podem causar graves impactos na saúde, nomeadamente problemas nos rins e nos sistemas nervoso, neurológico e digestivo.
Para além disso, alguns dos materiais presentes nestes equipamentos, como o lítio, o cobalto e o níquel, fazem parte da lista das matérias-primas identificadas pela Comissão Europeia como sendo críticas para assegurar a transição ecológica e digital, refere o Electrão.
A reciclagem é por isso essencial. Permite recuperar materiais, como o manganésio, por exemplo, que pode ser utilizado na agricultura. O aço e o níquel podem ser recuperados na sua totalidade e depois são reencaminhados para a produção de novos metais, nomeadamente reutilizados na produção de novas pilhas e baterias.