No âmbito do programa Smart Open Lisboa (SOL), foram apresentados, esta segunda-feira, 17 de abril, seis projetos-piloto que permitirão reduzir os consumos energéticos de dez empresas nacionais a funcionar em Lisboa com base em tecnologia inovadora providenciada por ‘start-ups’, nacionais e internacionais. A transição energética foi o tema da sexta edição desta iniciativa, promovida pela Câmara Municipal de Lisboa em parceria com a Beta-i.
Durante oito meses, parceiros, empresas e ‘start-ups’ reuniram-se para desenvolver pilotos “onde é preciso que exista inovação”, com vista a “melhorar a qualidade de vida” de quem vive e trabalha na cidade de Lisboa. As palavras são de Diogo Teixeira, CEO da Beta-i, que esteve à conversa com a Ambiente Magazine, à margem do evento de apresentação.
A definição dos pilotos permite, como esclarece o responsável, testar a tecnologia sem que se avance para “o desenvolvimento de uma tecnologia que não temos a certeza se resulta”. Assim sendo, implementa-se a ideia no “ambiente controlado” de uma empresa, seguindo-se a posterior expansão no caso de o projeto resultar.
De resto, a inovação está subjacente em todo o Smart Open Lisboa. Para Diogo Moura, vereador da Cultura, Economia e Inovação na Câmara Municipal de Lisboa, que também prestou declarações à Ambiente Magazine, este projeto coincide com o objetivo do executivo em tornar Lisboa na “capital da inovação”. Mas, numa edição em que a transição energética é o objetivo, a questão da sustentabilidade não pôde ficar de fora.
“Estes pilotos vão ao encontro não só da questão da inovação, mas também daquilo que é uma missão mundial”, afirmou o vereador da Câmara de Lisboa, que enumerou um conjunto de “orientações” e “compromissos” que a autarquia tem implementado para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentáveis. O destaque ficou para a neutralidade carbónica, que a cidade propõe alcançar em 2030, no âmbito da “Missão Cidades”.
Este desígnio é partilhado pelo CEO da Beta-i, que vê na parceria a melhor forma de atingir as “metas de descarbonização muito exigentes” da União Europeia. Para que Lisboa seja “neutra em carbono até 2030”, Diogo Teixeira defende que “a generalidade dos ‘stakeholders’ da cidade, sem exceção, precisam de estar envolvidos”.
Os seis projetos-pilotos do Smart Open Lisboa juntam as empresas Brisa, Carris, Shréder, ANA – Aeroportos de Portugal e EDP com a “tecnologia disruptiva” de três ‘start-ups’ internacionais – a irlandesa EVE, a canadiana Liveable Cities e a espanhola Predictive Company.
As soluções são diversas, entre a utilização de equipamento de monitorização e o recurso a inteligência artificial para desenvolver análises sobre o consumo energético. Mas o objetivo é que contribuam sempre, “no final, para a descarbonização”, explicou Diogo Teixeira.
O CEO da Beta-i avançou ainda que mais 10 pilotos estão em negociação, que não foram apresentados por “ainda estar a decorrer o processo”. No entanto, cerca de metade tem “uma enorme probabilidade de sucesso”, garante o responsável, que sublinha um “número muito bom” de pilotos para esta edição.
A sexta edição do Smart Open Lisboa arrancou em 2022, e, pela primeira vez, teve uma componente de comunidade, que assenta numa plataforma de partilha de conhecimento e experiências, permitindo às empresas envolvidas discutirem temas prioritários com uma visão estratégica.
Com o mote da transição energética, a maioria dos projetos-piloto apresentaram respostas para o setor da mobilidade, que Diogo Moura havia distinguido, noutro momento, como sendo “um dos principais fatores de poluição”. Entretanto, a organização do Smart Open Lisboa anunciou que a mobilidade será mesmo o tema da sétima edição do programa.
Por: Redação da Ambiente Magazine.