Santiago do Chile amanheceu esta segunda-feira, dia 27 de junho, sob a sua primeira emergência ambiental do ano devido à alta poluição, uma medida anunciada pelo governo local e que proíbe a circulação de 40% dos veículos da cidade. A medida foi adotada “devido às más condições de ventilação e com o objetivo de proteger a saúde da população”, afirmou o Governo de Santiago num comunicado.
Esta emergência ambiental é a primeira a ser declarada desde junho de 2015 e chega depois de o governo de Santiago ter decretado nove “pré-emergências” ambientais nas últimas duas semanas. Neste intervalo, os níveis de poluição situaram-se entre 300 e 499 microgramas de partículas nocivas por metro cúbico.
A emergência ambiental é o nível máximo de alerta previsto pela legislação chilena e é decretada quando a poluição ultrapassa 500 microgramas de partículas por metro cúbico nas 11 estações de medição da qualidade do ar de Santiago.
Esta segunda, que é feriado no Chile, 40% dos 1,9 milhão de veículos de Santiago ficarão parados, assim como 2.558 instalações industriais. As autoridades também proibiram o uso de aquecedores a lenha e recomendaram que não sejam realizadas atividades esportivas ao ar livre na capital, com cerca de sete milhões de habitantes.
Santiago é uma das capitais da região com altos níveis de poluição, devido a uma combinação de fatores geográficos, climáticos e medidas pouco eficientes. No inverno e no outono, quando os ventos diminuem, a poluição intensifica-se em Santiago pelo “engavetamento” geográfico, visto que a cidade é um vale rodeado por montanhas. A inversão térmica ocorre quando uma nuvem de ar quente impede que o ar frio – que se situa mais abaixo e concentra os poluentes – circule, um efeito que se acentua no inverno, quando as temperaturas caem.
A nuvem de fumaça diminui a visibilidade e provoca sensação de secura na garganta e irritação nos olhos. A longo prazo, pode aumentar o risco de derrames cerebrais, doenças cardíacas, cancro do pulmão e doenças respiratórias agudas e crónicas.
Todos os anos, cerca de 4.000 pessoas morrem prematuramente por doenças cardiopulmonares associadas à poluição no Chile, segundo um relatório oficial de 2014.