Na semana em que 207 organizações europeias lançaram uma declaração conjunta tentando convencer a União Europeia a adotar uma Lei do Restauro de Natureza adequada para combater a crise climática, a Coligação C6 reforça a importância dessa lei para Portugal, realçando ainda que é fundamental o financiamento da gestão da rede nacional de áreas classificadas.
As Organizações Não Governamentais de Ambiente (ONGAs) que integram a Coligação consideram que “o passo da transição energética tem de ser dado, mas sem prejudicar a proteção da natureza. Algo que é possível e desejável, até porque a proteção das espécies e o restauro dos habitats degradados é fundamental para uma série de serviços de ecossistema que representam mais de metade do PIB mundial”.
A curto prazo, o investimento em restauro ecológico vais trazer novas atividades e áreas de negócio, dinamizando a economia e criando emprego. A longo prazo, vai restaurar o funcionamento dos ecossistemas e dos serviços fundamentais que proporcionam, como a regulação do clima e do ciclo hidrológico, o controlo de pragas e doenças, e a produção de alimentos e outros benefícios sociais, lê-se no comunicado a que a imprensa teve acesso.
“Portugal tem de colocar mais recursos humanos e financeiros na gestão do Sistema Nacional de Áreas Classificadas (SNAC), o qual inclui as Áreas Protegidas e a Rede Natura 2000, e nos corredores ecológicos. O SNAC atualmente não recebe o investimento necessário para os bens e serviços que produz. O Fundo Ambiental, ao nível nacional, e uma série de fundos de políticas comunitárias (LIFE, PDR, Pescas, Interreg, FEDER e PRR), devem investir mais recursos financeiros na proteção da natureza, na gestão das áreas protegidas e na educação ambiental”.