Não está fácil o trabalho da Câmara de Guimarães para convencer os moradores do centro histórico a aderirem ao novo sistema de recolha de lixo, sobretudo porque muitos viram nas novas regras uma oportunidade para não pagarem nada, ludibriando o sistema criado pela autarquia, refere o Jornal de Notícias.
O novo método de recolha do lixo chama-se “Pay as you throw” (paga o que produzes). A taxa fixa, até então de 2,45 euros, passou para um euro. Já a taxa variável, que para os restantes habitantes é paga a uma média de 2,30 euros, está incluída nos sacos que os moradores do centro histórico são obrigados a comprar. Ou seja, o saco é a tarifa e cada um de 30 litros custa 35 cêntimos. Isto, pelas contas da autarquia, eleva a fatura mensal do lixo dos moradores do Centro Histórico para 2,40 euros (taxa fixa incluída).
O valor é razoavelmente mais baixo do que os 4,70 euros que os restantes habitantes do concelho pagam, mas os moradores da zona classificada encontraram uma forma de pagar ainda menos. É que em vez de comprarem os sacos de 35 cêntimos à empresa municipal responsável pela recolha do lixo, os habitantes usam sacos do supermercado, não autorizados, e fogem à compra de sacos oficiais que têm a taxa incluída.
Com os sacos ilegais na rua, a câmara tem a opção de deixá-lo ficar e aplicar pedagogia, ou recolhê-lo como faz com os restantes.
Desde que foi implementado, o sistema permitiu que a recolha seletiva de resíduos aumentasse 86% e a produção de resíduos domésticos sofreu uma diminuição de 35%.
Com a aplicação do novo sistema de recolha do lixo foram retirados os 80 ecopontos que estavam no centro histórico.