A Fundação Champalimaud assinou, esta quinta-feira, 9 de março, um acordo com a tecnológica Philips para melhorar os equipamentos de imagiologia da fundação. O objetivo é reduzir a 50% a pegada carbónica destes aparelhos nos próximos cinco anos.
A Deloitte é a entidade independente que vai regular esta parceria através da medição das emissões de carbono, verificando se no fim do processo, e ao longo deste, as metas estão a ser cumpridas.
Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud, agradeceu à Philips por ter aceitado o “pioneirismo” lançado pelo vice-presidente da Fundação, João Silveira Botelho. A responsável falou no desenho de “uma parceria que conduzisse a uma limitação substancial da emissão de gases poluentes por efeito da atividade dos equipamentos de imagem da Fundação Champalimaud”.
Os equipamentos pesados de imagem, como sinaliza Leonor Beleza, dão origem a poluição, “desde logo, pelo uso intensivo de energia”. O uso de energia é o maior fator poluente, mas, no que toca aos próprios equipamentos, a responsável destaca os detritos e os materiais, “que são eles próprios fatores de maior poluição”.
A presidente da Fundação alertou, assim, com preocupação, para o facto de os sistemas de saúde, “que existem justamente para nos proteger”, serem eles próprios poluidores em larga escala. Peter Vullinghs, market leader da Philips Europa, destacou que o setor da saúde contribui com “4,4% para a totalidade da poluição mundial”.
Através da utilização de equipamentos com maior eficiente energética, e da maximização das condições da sua utilização, a Fundação Champalimaud espera poder vir a “obter melhores resultados”. Leonor Beleza salientou ainda que “não há qualquer prejuízo na qualidade do tratamento dos doentes em função das alterações introduzidas”.
A “ousadia” deste compromisso, de reduzir o impacto ambiental em 50% exige medidas de largo alcance: “da parte da Philips, em relação à construção e manutenção desses equipamentos, e da nossa parte, em relação à manipulação e utilização dos mesmos”, esclarece a presidente da Fundação Champalimaud.
Relativamente a ambas as partes, Leonor Beleza assegurou que serão desenvolvidas plataformas tecnológicas e de soluções conjuntas “que permitam a otimização da utilização dos equipamentos”.
Na sequência deste acordo, a Philips procederá à substituição dos equipamentos de imagiologia da fundação, substituindo-os por outros mais eficientes. Segundo a responsável, “as consequências financeiras dessa substituição só se consumarão no fim do prazo de 5 anos, durante o qual a diferença na pegada carbónica irá sendo medida de forma independente pela Deloitte”.
Através da medição das emissões, da responsabilidade da Deloitte, será conhecido, em números, “se foi possível ou não cumprir as expectativas. E, em sequência, os termos financeiros também serão afetados”. Leonor Beleza mencionou que as empresas não beneficiarão da redução dos 50% se ela não se verificarem.
Também, António Costa este presente na assinatura do acordo. O Primeiro-ministro felicitou o acordo da Fundação Champalimaud, destacando a importância de atuar sobre as alterações climáticas.
“O investimento nos edifícios é fundamental porque são grandes poluentes, consumidores de energia e emissores de carbono. E este passo é fundamental nos equipamentos”, salientou o chefe do Governo português, alertando para que “todos aqueles que utilizam os equipamentos que a fundação Champalimaud utiliza, mas também todos os outros, seja na industria ou nos serviços, façam a própria análise às emissões que produzem com os equipamentos com que trabalham”.
“Se queremos mesmo atingir a neutralidade carbónica, todos temos de dar o nosso pequeno passo para que a pegada do carbono seja menor no nosso planeta”, remata.
A cooperação entre a Fundação Champalimaud e a Philips é baseada em três pilares fundamentais que foram desenhados para atingir os objetivos do projeto: EcoDesign, Economia Circular e Eficiência Energética. Estes pilares, refere a fundação, são assentes em “valores que visam garantir a redução da necessidade de utilizar novos recursos e reciclar os materiais permitindo que tenham um tempo de vida mais longo”.
Por: Redação da Ambiente Magazine.