A segunda ninhada de lince ibérico detetada no Alentejo é de quatro crias, e não três como inicialmente pensado, subindo para 22 o número de exemplares da espécie a viverem na natureza em Portugal, foi hoje anunciado. Após cerca de um mês de seguimento fotográfico, foi possível constatar que a ninhada da fêmea Lagunilla, libertada em 2015, no Parque Natural do Vale do Guadiana, no concelho de Mértola, distrito de Beja, é composta por quatro crias e não por três como inicialmente se pensava, refere o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), num comunicado enviado à agência Lusa.
Pela primeira vez, fêmea e crias surgiram todas juntas na mesma imagem, a cerca de 500 metros do local onde tinham sido detetadas anteriormente, explica o ICNF, frisando que não é muito comum haver ninhadas de quatro exemplares, nem a sobrevivência de todas as crias ao final do terceiro mês de vida.
“Este facto e a boa condição física que aparentam as crias são excelentes indicadores [da existência] de condições favoráveis à estabilização de uma população futura de lince” no Parque Natural do Vale do Guadiana, o local escolhido para a reintrodução da espécie em Portugal, no âmbito do Projeto de Recuperação da Distribuição Histórica do Lince-Ibérico em Espanha e Portugal “LIFE+Iberlince”, frisa o ICNF.
A ninhada de Lagunilla foi a segunda detetada no Parque Natural do Vale do Guadiana, a 12 de maio deste ano, uma semana depois de ter sido confirmada a primeira, de uma cria, de Jacarandá, a primeira fêmea solta em Portugal, a 16 de dezembro de 2014.
Desde dezembro de 2014, quando começou a libertação de exemplares de lince ibérico em Portugal, já foram libertados 19 animais na natureza, no Parque Natural do Vale do Guadiana, no âmbito do projeto e nas duas épocas de reintrodução, mas só 17 estão vivos, após a morte de duas fêmeas.
A soma dos 17 linces ibéricos libertados e vivos e das cinco crias nascidas no Parque Natural do Vale do Guadiana perfaz um total de 22 exemplares da espécie a viverem livres na natureza em Portugal.