Neste início de ano, com a energia a ocupar um lugar de destaque na lista das preocupações dos portugueses e, agora, com a saída de João Galamba da pasta do Ambiente e da Energia, a Ambiente Magazine está a auscultar vários especialistas sobre quais as perspetivas para este ano tendo em conta as adversidades vivenciadas no setor.
Enquanto organização, a Coopérnico procura trabalhar com o governante designado, não individualizado: “O nosso objetivo é trazer uma visão complementar, cooperativa ao pensamento tipicamente mais focado numa visão unidimensional e economicista”, começa por dizer Ana Rita Antunes, coordenadora executiva da Coopérnico, quando questionada sobre a saída de João Galamba da pasta do Ambiente e da Energia.
Relativamente a impactos que esta saída pode originar no setor da energia, a responsável dá nota que se trata de um “pasta complexa”, pelo que, “qualquer governante que assuma este cargo terá sempre um grande desafio pela frente e muito trabalho para dominar as várias pastas que a SEE tutela”.
Já sobre a separação das pastas Ambiente e Energia, Ana Rita Antunes não só concorda com a decisão, como defende que devem estar no mesmo Ministério: “Economia, Energia e Ambiente estão todos inter-relacionados. Opções de um lado mexem no outro. Uma visão integrada faz falta”, defende.
Perspetivando o ano 2023, a responsável reconhece que as preocupações no setor são diversas e dependem dos atores-chave: “Na Coopérnico vemos como grandes desafios defender um preço justo e transparente que os cooperantes pagam pela sua fatura de energia, a implementação da produção de energia descentralizada (e para tal, é preciso condições de ligação à rede) e conseguir que os cidadãos se envolvam de facto na construção de comunidades de energia renovável”.
Aos portugueses, a Coopérnico assegura que a produção de energia para autoconsumo é a forma mais sustentável a médio e longo prazo para reduzir a fatura de energia: “A participação dos cidadãos na construção de comunidades de energia, onde podem produzir, partilhar e agregar energia é fundamental para a descentralização, transparência e democratização do setor de energia”, remata.
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