A empresa municipal Águas de Coimbra recebeu esta terça-feira, 22 de novembro, a visita técnica de algumas das entidades europeias que integram o projeto H2OforAll. Este projeto de inovação e desenvolvimento mereceu a atribuição de um fundo de 4 milhões de euros, no âmbito do programa de financiamento europeu Horizon.
Num processo conduzido pela Universidade de Coimbra, através do Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC), foram 18 as entidades europeias, públicas e privadas, a participar nesta candidatura que obteve o apoio da União Europeia. O consórcio reúne universidades, empresas e centros de investigação de Portugal, Espanha, Reino Unido, Dinamarca, Países Baixos, Chipre, Polónia e Suécia.
O projeto H2OforAll consiste em identificar e estudar os subprodutos que se formam nos processos de desinfeção da água para consumo humano.
Os protocolos de desinfeção que são seguidos são cruciais para “garantir a segurança da água” para consumo humano. No entanto, “a crescente contaminação dos solos e das fontes de água constituem atualmente uma preocupação acrescida”. Os subprodutos que resultam da reação do cloro em contacto com matéria orgânica presente na água podem ter um “impacto negativo no ambiente e na saúde humana”, que urge identificar, avaliar e eliminar, pode ler-se num comunicado, divulgado pela empresa de Coimbra.
Este projeto visa identificar as principais fontes destes subprodutos potencialmente nocivos e desenvolver uma tecnologia capaz de detetar e monitorizar a forma como eles se espalham ao longo da cadeia de fornecimento de água. O objetivo é, ainda, o de se criarem tratamentos de água que sejam eficazes a eliminar estes subprodutos e até mesmo a impedir que eles se formem, refere o mesmo comunicado.
De acordo com a Águas de Coimbra, a toxicidade e o impacto ambiental destes possíveis contaminantes serão aspetos a estudar neste projeto e, consequentemente, serão propostas medidas para que se consiga proteger eficazmente a qualidade da água ao longo de toda a cadeia de abastecimento.
Depois de desenvolvido o conceito pelas universidades e centros de investigação e de produzida a tecnologia necessária pelas empresas, à Águas de Coimbra caberá o papel de testar a sua aplicabilidade e eficácia. Foram atribuídos cerca de 210 mil euros à empresa municipal, no âmbito deste fundo.
O projeto que mereceu o apoio da União Europeia pretende, por fim, que se constitua uma plataforma com informação credível acerca da possível presença destes subprodutos na água e dos potenciais riscos que isso acarreta, com o objetivo de sensibilizar os cidadãos europeus para este tema e de alertar as entidades governamentais para que se tomem as medidas adequadas.