Em frente do reservatório da Atalaia, no concelho de Moura, o grupo segura um mapa. O presidente do conselho de administração da Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do alqueva (EDIA), José Pedro Salema, vai explicando ao líder do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), Pedro Filipe Soares, como funciona a rede de distribuição da água ou onde está o amendoal, o olival, entre outras informações. O bloquista ouve com atenção e, no final, anuncia um projeto de resolução que recomenda ao Governo o alargamento da rede de irrigação do Alqueva, a descida do preço das águas para irrigação e a conversão energética da rede, refere o Público.
As jornadas parlamentares do BE começaram ontem e prolongam-se pelo dia de hoje, no Alentejo, e têm como tema a valorização do território, a proteção do ambiente e o combate às desigualdades. Já de manhã, em Évora, a porta-voz do Bloco, Catarina Martins, tinha apresentado um projeto de lei para obrigar à avaliação de impacte ambiental para operações de prospeção e extração de petróleo e gás natural.
Sobre este novo projeto de lei, a deputada lançou um desafio a todos os partidos na AR, visando a proteção ambiental e também repor outros estragos. Refere-se a “concessões feitas a privados para exploração de combustíveis fósseis, sem nenhum estudo de impacte ambiental” e que foram “entregues a preço de saldo”. O BE, sublinhou, opõe-se desde a primeira hora a estes contratos “duplamente lesivos” no que respeita ao ambiente, porque não correspondem às exigências ambientais do século XXI, deixam os encargos para o Estado e os lucros para os privados.
À tarde, durante a visita ao Alqueva, Pedro Filipe Soares explicou que o projeto de resolução do Bloco, nesta matéria, defende em primeiro lugar “o alargamento de distribuição da água, um objetivo que também é compartilhado pela EDIA”, que “tem benefícios” e que pode “aumentar a potencialidade” do Alqueva. Além disso, conseguindo “com investimento público de qualidade baixar o custo da água”, está a beneficiar-se a produção no país e, com isso, “a garantir que tem mais impacte positivo este investimento”.