Embora 99% das empresas pretendam contemplar a sustentabilidade na sua política de viagens corporativas, apenas 36% dispõe, internamente, de um departamento que se dedique a encontrar soluções para tornar as deslocações mais amigas do ambiente. Esta é uma das conclusões do mais recente estudo da SAP Concur, encomendado à iResearch. O estudo foi realizado junto de 700 Senior Travel Managers na zona da EMEA (Europa, Oriente Médio e África), entre fevereiro e março de 2022.
De acordo com a análise, as viagens de negócios voltaram a estar nas agendas das empresas, para registos pré-pandemia, com 83% das organizações a recuperar, nas viagens domésticas, e 63% nas viagens internacionais. Outra conclusão é o facto da sustentabilidade, nos programas de viagens corporativas, ser uma prioridade para os decisores – “apenas 1% dos entrevistados não tem intenção de considerar o tema”.
Contudo, e à medida que as organizações procuram alinhar-se com os objetivos da ONU 2030, a maioria assume ter dificuldades para se tornar “mais verde”: “apenas 36% têm uma função dedicada, como seja um diretor de sustentabilidade ou similar”. Esta realidade, tal como indica a análise, faz com que seja colocada a seguinte questão no seio empresarial (mas não só): “quem deverá ser o responsável para implementar iniciativas mais verdes no que às viagens corporativas diz respeito?”. A somar a este facto, o estudo revelou também que apenas 10% tem uma equipa dedicada à sustentabilidade, no seu todo, no seio da organização.
Os decisores estão cientes de que este tópico deve ser uma prioridade – “69% acredita que a sua política de viagens tem de ser melhorada, mas sabem que enfrentam desafios para a sua concretização. Mais de um terço (37%) refere a falta de orçamento como barreira para o desenvolvimento de um colaborador com uma postura mais sustentável no que às suas viagens de negócio diz respeito – referem sentir falta de envolvimento por parte dos mesmos”, aponta o estudo.
“Embora reduzir a pegada de carbono ou tornar-se neutro em carbono seja a principal preocupação de muitas empresas, ao dia de hoje, fica claro, e tendo por base as conclusões do estudo realizado, que muitas não sabem como incorporar a sustentabilidade nas suas viagens de negócios”, declara João Carvalho, Head of SAP Concur | Southern Europe and Africa. De acordo com o responsável, “à medida que aumenta a procura por índices mais altos de sustentabilidade, questões sobre a política de viagens corporativas em vigor são levantadas de forma mais premente, com mais frequência e por mais partes envolvidas, desde a administração e colaboradores, até a parceiros da cadeia de fornecedores entre outros. É por isso crucial que as organizações aloquem equipas dedicadas para desenvolvimento e implementação do tema da sustentabilidade de forma eficaz, mas, acima de tudo, que seja um programa contínuo com o objetivo de apoiar os colaboradores a fazerem escolhas mais ecológicas de viagens. Como? Entre outras iniciativas, apoiados pelas ferramentas certas para que tomem decisões conscientes”.
Uma vez que 44% dos entrevistados estão conscientes que devem apostar na mudança das suas políticas de sustentabilidade, mas não sabem como o executar, há sem dúvida uma clara necessidade de ferramentas tecnológicas que facilitem a medição e a implementação de programas de viagens corporativas mais sustentáveis. Enquanto, “46% já possui ferramentas de software para oferecer apoio nas viagens corporativas, uns impressionantes 86% ainda não as considera”, destaca a análise.