No 28º aniversário da Ambiente Magazine, assinalado em dezembro de 2021, lançamos um desafio ao setor do ambiente. Designado por “Passa-a-Palavra”, este desafio começou com Lee Hodder (Galp), José Furtado (Águas de Portugal) e Ana Isabel Trigo Morais (Sociedade Ponto Verde), onde cada um teve de responder à pergunta -“Para quando a sustentabilidade?” – e, ao mesmo tempo, lançarem o mesmo desafio a outras personalidades, e assim sucessivamente. Nesta edição número 92, que corresponde à segunda parte do trabalho (primeira foi publicada na edição 91), partilhamos os testemunhos da área das Águas.
Na próxima edição serão disponibilizados os testemunhos da área da Energia.
Hoje, partilhamos o testemunho de Cláudio de Jesus (AdP Internacional), desafiado por José Furtado, presidente da Águas de Portugal.
PARA QUANDO A SUSTENTABILIDADE?
“A sustentabilidade dos serviços de água e saneamento à escala mundial é um desafio tremendo que se coloca à atual geração.
Em primeiro lugar porque há ainda cerca de 800 milhões de habitantes que não possuem água segura (isto é, em quantidade e qualidade suficientes para satisfazer as suas necessidades básicas) e 2.000 milhões de habitantes que não têm acesso a adequados serviços de saneamento. Estes números são impressivos e falam por si. É necessário um esforço gigantesco da Humanidade para atingir a universalização destes serviços e, estou convencido que ainda não será em 2030 que tal objetivo será atingido, como preconizado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentado, conforme indicação das Nações Unidas.
Para que se atinja a sustentabilidade, é necessário uma determinante concertação de esforços de todos os atores envolvidos; Governos, Empresas do Setor e Entidades Financiadoras (como por exemplo, o Banco Mundial)”