O primeiro-ministro luxemburguês, Xavier Bettel, declarou hoje que “o maior desejo” do Grão-Ducado é que a França “feche” a central nuclear de Cattenom, prontificando-se inclusive a “envolver-se financeiramente”.
Durante uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo francês, Manuel Valls, Bettel evocou a questão desta central nuclear situada na Lorraine, no nordeste francês, e que, previu, em caso de problema, “riscaria o Grã-Ducado do mapa”. Para reforçar a sua perspetiva, disse: “Cattenom faz-nos medo. Não serve de nada escondê-lo. Disse-o francamente ao colega francês”. Antes de sair para o jantar com Valls, insistiu: “O nosso maior desejo seria que Cattenom encerrasse”.
Garantiu ter também “assinalado” ao seu homólogo francês que o Luxemburgo estava “consciente dos empregos” em perigo se a central fechasse. O pequeno Estado “estaria pronto a envolver–se financeiramente num projeto, que deve ser transfronteiriço – por que não também com o Sarre ou a Renânia Palatinado (Estados alemães) -, para fazer um projeto em Catenom que seja diferente do nuclear”.
Valls respondeu que “a mensagem passou”, lembrando o compromisso da França de “reduzir a parte do nuclear na produção de eletricidade até 2023, de 75% para 50%”. Mas, agora, o que se discute em França é o encerramento da central de Fessenheim, situada perto da fronteira com a Alemanha.
No domingo, a ministra do Ambiente, Ségolène Royal, anunciou estar a trabalhar na “mudança de local” com a Alemanha.