O governador da província angolana do Cunene, que há três anos consecutivos enfrenta uma condição de seca, considerou hoje “difícil” a situação, mas “não desesperadora”. António Didalelwa disse que apesar das dificuldades económicas que o país atravessa, as autoridades governamentais estão a tentar minimizar os efeitos da seca, quase que generalizada por toda a província e que afeta mais de 500 mil pessoas.
Segundo o governante, os esforços do Governo vão no sentido de “evitar que haja vítimas humanas e que mais cabeças de gado continuem a morrer de sede”. Por sua vez, o segundo comandante de Proteção Civil e Bombeiros do Cunene, Paulo Calunga, disse que por semana estão a ser distribuídos, “onde é necessário e possível”, cerca de 300 mil litros de água potável à população carenciada
“Ali onde não é possível, as comunidades trazem os seus reservatórios individuais, que também não têm grande capacidade, para fazer reservar a água, por exemplo em 24 ou 48 horas, porque a necessidade é extrema e então concentram-se ali e a proteção civil abastece”, explicou, em declarações à rádio pública angolana.
A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição angolana, pediu na semana passada que o Governo decrete o “estado de emergência e calamidade nacional” no sul do país, face à seca e fome que atinge algumas províncias. Nas últimas semanas têm sido conhecidas campanhas de apoio ao Cunene, com a recolha de alimentos no norte do país para a distribuição naquela província do sul.