A rutura simultânea de duas barragens operadas por uma da maiores empresas mineiras do Brasil (Samarco Mineração), em Minas Gerais, é já considerada a pior tragédia ambiental daquele estado brasileiro, avança o jornal Público.
As causas das ruturas ainda não foram determinadas mas, na maioria dos casos, são provocadas por uma saturação da capacidade das barragens, dizem os especialistas.
No ano passado, a Samarco produziu mais de 9,5 milhões de toneladas de minério de ferro na sua unidade industrial de Mariana, em Minas Gerais, um aumento de 15%. Isto fez crescer o volume de resíduos – impurezas, areia e químicos usados no processo de tratamento e separação do minério bruto – depositados nas quatro barragens de Mariana, sem que estas fossem reforçadas.
A forma como as licenças de exploração mineira são concedidas foi questionada pelo promotor do Ministério Público de Minas Gerais, que está a comandar a investigação para apurar as causas do acidente.
Recorde-se que, na quinta-feira à tarde, uma avalanche de lama inundou a aldeia de Bento Rodrigues, com 600 habitantes, no interior do estado de Minas Gerais, devastando casas, plantações e animais, depois de duas barragens operadas por uma empresa de exploração mineira se romperem. A passagem da enxurrada não deixou quase nada de pé.
As equipas de resgate passaram o fim-de-semana a tentar encontrar sobreviventes, sem resultados. A última estimativa das autoridades locais é que 25 pessoas continuam desaparecidas, incluindo crianças. Duas mortes foram confirmadas e outros dois corpos foram encontrados, mas ainda estão por identificar.