A Savinor vai ficar dispensada da obrigação de ligar-se à rede pública de abastecimento de água graças a uma deliberação da Câmara da Trofa, que aprovou por maioria o reconhecimento de interesse público que permite a exceção, avança o Jornal de Notícias. Os argumentos em que se baseia o pedido da unidade de transformação de subprodutos animais não colheram entre a Oposição e os três vereadores do PS votaram contra a proposta. “A Savinor diz que não se pode ligar à rede pública porque esta não garante a segurança alimentar. Isto é grave”, salientou a vereadora Joana Lima.
“Como posso votar um documento oficial que põe em causa a qualidade da água que é distribuída a todos os munícipes do meu concelho? É inconcebível, tanto mais que saiu um estudo que diz que a água servida na Trofa é de qualidade extrema”, acrescentou a socialista, que lembra que o requerimento da fábrica afirma que “seria impossível à requerente abastecer-se para os fins do seu processo produtivo num sistema de abastecimento público quer por razões económicas quer por razões operacionais e de segurança alimentar”.
No documento, a Savinor escreve que “não seria viável ficar na total dependência de uma entidade externa quanto à qualidade da água e do próprio abastecimento e destaca que dispõe de cinco captações subterrâneas de água licenciadas para uso industrial. A empresa, alega, ainda, que “uma eventual alteração da solução de abastecimento de água para a rede pública torna inviável a manutenção da atividade de abate, desmancha a comercialização de carne da Savinor, com os reflexos negativos que tal induziria sobre a empresa e respetivos postos de trabalho”.