De 1 de janeiro a 19 de julho, os incêndios consumiram, sobretudo, matos, pastagens e pinheiro-bravo. Os dados são da Celpa (Associação da Indústria Papeleira) que cruzou informações do Sistema de Informação Europeu de Fogos Florestais (EFFIS) com a COS 2018 (Cartografia de Ocupação do Solo).
Ao todo, foram consumidos pelo fogo 43 385 hectares. O solo destinado para Matos e pastagens foi o mais fustigado, correspondendo a 18 412 hectares (ha) (cerca de 42% da área ardida). As áreas de pinheiro-bravo e de eucalipto surgem em segundo lugar o que corresponde a 7390 ha de área ardida (17% de toda a área ardida). As populações de Eucalipto foram as terceiras mais afetadas. Ao todo arderam 6416 ha, o que corresponde a 14,8% de toda a área fustigada pelos incêndios. Outras espécies de árvores também foram afetadas com menor expressividade. Agrupando os dados, foram afetados 6153 ha, cerca de 14,2% de toda a área ardida. Já as áreas dedicadas a agricultura ou com outros estratos correspondem apenas a 8,4% e 3,2% da área ardida, respetivamente.
A vaga de incêndios já tinha destruído, a 16 de julho, mais de 34 mil hectares em Portugal. Segundo os dados do EFFIS, isto corresponde a um aumento de 201% de área ardida em relação à média registada entre 2006 e 2021 (34450 ha face à média de 11461 ha). Oito ocorrências registaram mais de mil hectares de área ardida. O incêndio de Leiria foi o maior registado até ao momento, com 3691 ha, seguindo-se o incêndio de Carrazeda de Ansiães, com 3389 ha, e o de Ourém, com 2969 ha. Estarreja/Albergaria-a-Velha (2747 ha), Vila Pouca de Aguiar/Murça (2415 ha), Chaves (2371 ha), Pombal (2187 ha) e Amarante/Baião (1422 ha) são as outras ocorrências destacadas.
Este cenário é extensível a outros países do sul da Europa. Espanha regista um aumento de 550% face à média (134 618 ha contra 20 709 ha) e França regista um aumento de 517% (34 884 contra 5658 ha de média). Itália é outro dos países que regista um aumento, atingindo uma diferença de 71% face à média (23 421 ha contra 13 687 ha).