No âmbito da semana de “Sensibilização para o Tubarão”, o Oceanário de Lisboa promoveu esta quinta-feira, um direto no Instagram sobre esta espécie, para responder a todas as dúvidas e partilhar curiosidades e dados sobre estas espécies.
O Oceanário de Lisboa junta-se, assim, à comunidade internacional e dá a conhecer estas espécies, alertando para as ameaças que enfrentam e mostrando os projetos que trabalham a sua conservação. O papel de “tubarão-vilão”, explorado ao longo dos anos no cinema, generalizou a imagem dos tubarões como predadores impiedosos. Fora da ficção, “os tubarões desempenham um papel essencial para a manutenção de um oceano saudável, mas estão severamente ameaçados”, refere o Oceanário de Lisboa.
De acordo com Teresa Santos, do departamento de educação do Oceanário de Lisboa, “a curiosidade sobre tubarões é transversal a todas as idades e muitas vezes as dúvidas das crianças e dos adultos são até coincidentes”. Nos aquários do Oceanário, habitam 28 espécies diferentes de tubarões e raias — 16 das quais com estatutos de conservação desde “vulnerável” a “criticamente ameaçado”. Através destes “embaixadores” procura-se que o “tradicional temor dê lugar ao fascínio e encanto”, acrescenta.
Da visita simples, aos programas «Dormindo com Tubarões», passando pelas visitas de escolas e «Férias Debaixo de Água», os programas, adaptados a cada idade, transformam curiosidade em conhecimento, semeando a vontade de salvar um oceano em risco.
Teresa Santos afirma que “qualquer pessoa pode contribuir para a conservação do oceano através de pequenas mudanças no seu dia-a-dia. Reduzir o consumo de descartáveis, poupar energia e água, tomar consciência das espécies que comemos e de como foram pescadas podem parecer gestos insignificantes, mas muitas pequenas gotas juntas serão um oceano de mudança”.
O direto promovido pelo Oceanário de Lisboa visou, essencialmente, responder a todas as dúvidas dos seguidores e partilhar curiosidades e dados sobre os Tubarões.
No mar português ocorrem 117 espécies de tubarões, raias e quimeras, o que representa quase 90% de todas as espécies conhecidas na Europa. Contudo, de acordo com o relatório «Tubarões e raias. Guardiões do Oceano em Crise», da WWF|ANP, realizado com o apoio da Fundação Oceano Azul, Portugal é o segundo maior exportador mundial de carne de tubarão e 43% destas espécies estão ameaçadas devido à sobrepesca, dada a elevada procura da carne e das barbatanas, e também à captura acidental. Estas espécies estão ainda ameaçadas por outros fatores como a poluição, as alterações climáticas, a perda de habitats e alimento. Esta semana pretende impulsionar uma mudança positiva nas atitudes em relação aos tubarões, que incentivem ações, do cidadão-comum à governação, em prol da conservação destas espécies.
A patrulhar o oceano há mais de 400 milhões de anos, os tubarões surgiram muito antes dos dinossauros. Estes peixes, da classe Elasmobrânquios, têm um esqueleto feito de cartilagem, o que, associado à sua forma e pele, os torna ágeis e rápidos nadadores. Enquanto predadores de topo, estas espécies são críticas para um oceano saudável, uma vez que regulam a abundância e diversidade das outras espécies marinhas, predando, por exemplo, os animais doentes e idosos — o que evita a propagação de doenças e melhora o património genético.