Depois de várias tentativas falhadas, a reparação do emissário submarino montado em 1976 para lançar no mar os efluentes industriais tratados e maioritariamente produzidos pelas unidades petroquímicas instaladas no complexo industrial de Sines, no litoral alentejano, foi iniciada em meados do mês passado. A conclusão destes trabalhos preparatórios está prevista para o final de fevereiro do próximo ano, informou em comunicado a Águas de Santo André (AdSA), empresa detida a 100% pela holding pública Águas de Portugal e responsável, desde 2001, pelo abastecimento de água, tratamento dos efluentes e recolha de resíduos industriais da Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), avança o jornal Público.
O emissário submarino, com 2480 metros de extensão, transporta os efluentes industriais produzidos na ZILS, mas também os efluentes urbanos provenientes dos concelhos de Sines e Santiago do Cacém – depois de passarem pela Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Rio dos Moinhos -, para os descarregar no mar, através de 60 difusores situados na sua extremidade, a uma profundidade de 40 metros.
Apesar da segurança que a conduta aparentemente garantia, sucessivos acidentes ambientais foram ocorrendo ao longo de décadas. Um dos mais graves aconteceu em maio de 2011, forçando a Autoridade de Saúde de Sines a interditar a atividade de pesca profissional e lúdica depois de ter sido capturado peixe com “forte odor e sabor a hidrocarbonetos”.
A AdSA já fez várias tentativas para resolver a situação, mas sem o conseguir. A complexidade da obra, a ação do mar e a pouca experiência das empresas portuguesas na reparação deste tipo de equipamentos contribuíram para o insucesso das operações.