Realiza-se esta segunda-feira, 21 de fevereiro, a Conferência Luso-Alemã de Energia “Produção, Distribuição e Armazenamento de Hidrogénio Verde em Portugal”. Durante a tarde, vários especialistas portugueses e alemães juntam-se para discutir em primeira mão as oportunidades de financiamento existentes através dos projetos planeados para Portugal. A apresentação do consórcio tecnológico alemão “HyPotência” e o seu conceito para Portugal é o momento alto desta reunião. A Ambiente Magazine esteve à conversa com José Britto, representante do consórcio “HyPotência”, e partilha alguns insights deste projeto internacional que visa juntar os dois países em prol de uma transição energética efetiva.
Constituído por quatro empresas alemãs internacionalmente ativas que se complementam em termos de sistemas energéticos baseado em hidrogénio, o HyPotência tem como objetivo oferecer soluções completas “chave na mão”, oferecendo a melhor solução disponível no mercado e o conceito mais eficiente através da interação habilidosa de todos os consórcios e parceiros.
Enquanto mandatada pelo Ministério Federal da Economia alemão, a Câmara de Comércio tem o papel de apresentar o consórcio a potenciais clientes de Portugal: “É verdadeiramente um forte apoio ao consórcio e uma boa oportunidade para a indústria portuguesa, uma vez que procuramos a cooperação com a indústria portuguesa para além de medidas de melhoramento energético”. A necessidade deste consórcio justifica-se, segundo o responsável, pela necessidade clara de ambos os países cooperaram entre si: “A transição energética só pode ter êxito em conjunto”. A escolha de Portugal para apresentar o “HyPotência” tem que ver como facto de o país ser um “importante pioneiro europeu na tecnologia” do hidrogénio: “O secretário de Estado da Energia, João Galamba, está pessoalmente e com muita determinação, por detrás da transição energética inteligentemente implementada”. Acresce que, Portugal tem condições ideais para a produção de eletricidade: “Não há país mais ideal do que Portugal, uma vez que está sensibilizado e é rico em recursos”, constata. Ainda sobre o potencial do país, José Britto partilha que, na Alemanha, “existem já afirmações claras” de que há muito enfoque em Portugal no que diz respeito à importação de hidrogénio verde: “A abundância de sol e eucaliptos em constante movimento ao vento mostra que a produção de energia é facilmente viável aqui”, refere, acrescentando o “elevado nível técnico dos académicos portugueses: não podia ser melhor”.
No âmbito do “HyPotência” aquilo que está pensado para Portugal, é precisamante a diversidade de aplicações onde o armazenamento de energia deve estar presente para proporcionar um funcionamento contínuo: “A indústria da cerâmica, que é muito forte em Portugal, parece-nos muito interessante”. A razão tem que ver com o facto de representar a “longa tradição portuguesa”, por ser “muito intensiva no consumo energético” e por conseguir “inspirar o mundo duas vezes” com os seus belos produtos: “Em primeiro lugar, é claro, através do produto real, um belo azulejo, um copo com uma forma maravilhosa que tem na mão, e em segundo lugar, quando o utilizador nota que este produto foi feito com hidrogénio verde. A tradição encontra o futuro!”.
Deste consórcio, o representante acredita que resultará uma “cooperação através da melhor solução possível em função da aplicação”, naturalmente adaptada às condições portuguesas: “Se isto também significa que o hidrogénio – Made in Portugal – pode ser exportado para a Alemanha, então sim, teremos atingido o nosso objetivo”.
[blockquote style=”2″]”Carência (mundial) de uma produção de energia absolutamente livre de CO2″[/blockquote]
Questionado sobre os entraves que existem Portugal no que ao hidrogénio verde diz respeito, o representa considera que tem que ver com o facto de as pessoas pensarem que já sabem tudo, não estando abertas à cooperação: “As alterações climáticas não param nas fronteiras nacionais e, igualmente, a transição energética deve então funcionar também em estreita cooperação com todos os envolvidos”. Desta forma, o consórcio HyPotência já tem uma “contribuição significativa” a dar a este respeito: “Agora estamos a convidar outros a juntarem-se a nós. Como cooperadores, clientes ou simplesmente como cidadãos deste mundo, todos eles beneficiarão igualmente dos efeitos positivos desta tecnologia”. Na visão de José Britoo, Portugal e todos os países do mundo ainda “carecem de uma produção de energia absolutamente livre de CO2” e, por isso, a transição energética deve ser feita em conjunto: “Venha, salte a bordo e torne-se parte ativa da transição energética! O HyPotência é claramente um destes barcos que ainda tem muitos lugares disponíveis”.
O que desejam com este consórcio?
“Que juntos possamos alcançar a transição energética com as melhores soluções possíveis dentro de um período de tempo razoável e assim nos aproximarmos ainda mais entre Portugal e a Alemanha, bem como na Europa como um todo. Somos um só e é isso que queremos mostrar com HyPotência. Uma equipa forte que trabalha em conjunto e convida todos a juntarem-se a ela”.
Apesar de o “HyPotência” ter sido fundado em outubro de 2021, como resultado de uma iniciativa do Ministério Federal da Economia alemão, as quatro empresas alemãs que fazem parte do mesmo já estão no mercado há muitos anos.
Alguns insights das as empresas:
- Projekt GmbH – Gestão de projetos e energia do sol e do vento – José Britto – (j.britto@projekt-gmbh.de)
- Gameiro-rechtsanwaelte – Aconselhamento jurídico, investidor e representante em Portugal da HyPotência –Nelson Gameiro (n.gameiro@gameiro-rechtsanwaelte.de)
- Mhydrogen – Produção de hidrogénio por meio de electrolisadores, incluindo tratamento de água. – Sr. Dr. Elias Chebli (elias.chebli@mhydrogen.com) + Sr. Peter Fledersbacher (peter.fledersbacher@mhydrogen.com)
- Wystrach GmbH – Armazenamento de hidrogénio a alta pressão (grupo Hexagon) – Sr. Thomas Stehr (thomas@stehr.es)
Os interessados em assistir à Conferência devem fazer a inscrição aqui.