A Galp, a Câmara Municipal de Matosinhos (CMM) e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Norte (CCDR-N) assinaram esta quarta-feira, 15 de fevereiro, um protocolo de cooperação para a reconversão dos terrenos até agora ocupados pela Refinaria da Galp no concelho de Matosinhos.
O desenvolvimento de um “Innovation District” e a cedência de parcelas de terreno para a construção de um “polo universitário” são dois dos projetos em avaliação ao abrigo deste protocolo, que pretendem “promover a valorização económica, social e ambiental de toda a região Norte do país, posicionando esta iniciativa no topo dos projetos mundiais de tecnologia associada a energias sustentáveis”, lê-se numa nota divulgada no site da Galp.
A assinatura do protocolo entre a Galp, a CMM e a CCDR-N é o ponto de partida para um processo que irá agora densificar, desenvolver e concretizar as soluções em análise para reconverter o terreno onde operou a unidade industrial da Galp. Para esse efeito, o protocolo contempla a constituição imediata de uma equipa técnica conjunta que irá delinear, em articulação com as demais entidades competentes, todos os procedimentos necessários para cumprimento dos enquadramentos jurídicos e económicos associados ao projeto.
Em paralelo, a Galp irá criar uma equipa liderada por Ana Lehmann, especialista em Internacionalização e Inovação e antiga Secretária de Estado da Indústria, para o desenvolvimento do projeto de requalificação urbanística de toda a área até aqui ocupada pela sua unidade industrial. Uma equipa que contará ainda com Celeste Varum (CEO) e José Sequeira (Planeamento Urbano) reforçando a experiência deste coletivo nas áreas da inovação, atração de investimentos e requalificação urbana. Segundo a Galp, o grupo terá uma lógica de intervenção multifuncional, transparente e estruturada em torno da criação de um “Innovation District”, potenciado por um ecossistema urbano, social e ambientalmente sustentável, incluindo comércio e serviços, hotelaria, restauração, indústria 4.0, habitação, equipamentos culturais e de lazer, com destaque para um Green Park.
De forma a assegurar esta perspetiva global para a transformação daquele espaço, a equipa executiva indicada pela Galp – e que atuará em coordenação com um Comité Estratégico composto por representantes da Galp, do Município de Matosinhos e da CCDR-N – será composta por profissionais da área do planeamento urbanístico, paisagístico e ambiental, financeira, jurídica e das engenharias.
“O Norte e a cidade de Matosinhos abraçaram durante meio século uma atividade industrial estratégica, pioneira e estruturante para o desenvolvimento da região e transformação energética do país. Perante a inevitável e necessária transição energética para um mundo mais sustentável, a Galp pretende assegurar e perpetuar o seu contributo social e económico, criando ainda mais valor para Matosinhos, para o mercado e participando ativamente no progresso do país” destaca Paula Amorim, presidente do Conselho de Administração da Galp.
“Este protocolo concretiza, na prática, o compromisso que assumimos de trabalhar em parceria com a Câmara Municipal de Matosinhos e com todos os stakeholders relevantes para a criação de um hub de inovação e conhecimento que será um orgulho para o Norte e para o País”, declara o CEO da Galp, Andy Brown, acrescentando, que “a Galp faz parte da história de Matosinhos há mais de 50 anos e estamos empenhados em continuar a ser um polo de desenvolvimento económico e social e gerador de emprego nesta região, com um projeto que será um dos eixos para colocar a Galp e o país na vanguarda da transição energética, da inovação e da descarbonização da economia, rumo a um futuro mais sustentável”.
Por parte da CMM, a presidente Luísa Salgueiro destaca “a nova etapa que a assinatura deste protocolo inicia com a ambição de transformar uma área contaminada num ativo que contribua para o crescimento do emprego qualificado e da competitividade da região”. De acordo com a autarca, “esta nova cidade do conhecimento contará com o envolvimento da academia na construção de centros de investigação e de aceleração de excelência nos domínios da indústria 4.0, energia e mar, com recurso a verbas do Fundo para uma Transição Justa, reiterando o compromisso de Matosinhos em aproveitar as transições em curso para modernização do seu tecido económico e social”.
Por parte da CCDR-N, o presidente António Cunha reforça que “este será o maior e mais estruturante projeto de desenvolvimento regional de Portugal no horizonte da próxima década. Trata-se de uma oportunidade histórica para a Região Norte, a vários títulos. Desde logo, para a qualidade de vida das populações, mas também para a transição energética e a transformação da economia do Norte, o reforço estratégico do sistema regional de inovação e a criação de emprego mais qualificado”.