Há uma luta na atmosfera entre o bom tempo na Península Ibérica e o furacão Joaquin, que afectou as Bahamas e os Estados Unidos nos últimos dias e agora está a perder força. Ninguém sabe ao certo qual será o resultado, mas uma das possibilidades é a de que “os restos” do furacão cheguem a Portugal no domingo, como uma frente de mau tempo, avança o jornal Público.
Às 10h00 desta quarta-feira, o furacão encontrava-se sobre o Atlântico, entre a costa Norte dos Estados Unidos e os Açores. A previsão era a de que às 19h00 deixaria de ser classificado como furacão, passando primeiro a tempestade tropical e depois a depressão pós-tropical, com ventos menos intensos.
Uma zona de altas pressões atmosféricas centrada entre os Açores e a Madeira tem feito frente à evolução do furacão, como se fosse uma parede, ao mesmo tempo que influencia o bom tempo sobre a Península Ibérica.
Ainda assim, os restos do Joaquin vão avançar rumo à Europa. O Centro Nacional de Furacões, da agência norte-americana para a atmosfera e os oceanos (NOAA), prevê uma rota que passa, na quinta-feira, a norte dos Açores.
A partir daí, abrem-se duas possibilidades: uma delas é a de que o mau tempo seja desviado para o sul do Reino Unido, a outra é a de que venha para Portugal. “Para os próximos dias, um dos cenários é o de que os restos desta depressão tropical cheguem à Península Ibérica, mas ainda há muita incerteza”, afirma a meteorologista Patrícia Gomes, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Na previsão do IPMA, o centro do mau tempo chegaria a Portugal e Galiza no final do sábado ou no domingo. Este é, por ora, o cenário mais provável, mas as previsões a mais de três dias estão associadas a grandes incertezas. “Neste momento, o cenário não é grave. É uma situação que temos de avaliar. É cedo de mais para dizer se vamos ter chuva e ventos fortes”, completa Patrícia Gomes.
A agência meteorológica britânica – o Metoffice – também considera mais provável a trajetória do ex-furacão rumo à Península Ibérica, e não ao Reino Unido.