Foram três dias de comunicações, debates, partilha de opiniões e de soluções sobre o setor da água e do saneamento em Portugal. “O mais participado de sempre”: foi assim que José Moura de Campos, presidente da Comissão Organizadora do ENEG, descreve aquele que foi o maior encontro entre entidades gestoras do setor. “Durante três dias, tivemos um leque de debates e comunicação de alto nível e sobre diversas temáticas relevantes para o setor”, descreve.
Na sessão de encerramento, o responsável não quis deixar de partilhar algo que parece ser consensual e resultante deste ENEG: “A abordagem deve ser integrada e o foco são as pessoas, as comunidade e os jovens que, envolvidos, serão certamente mais exigentes e audazes, obrigando à ação”. Depois do “diagnóstico feito”, José Moura dos Santos não parece ter dúvidas de que as “soluções existem e são múltiplas”, as “tecnologias estão ao nosso alcance” e, por isso, “importa interagir, agir, reunir esforços que objetivem as políticas públicas adequadas, monitorizadas continuamente”, permitindo ao setor ultrapassar cada crítica que tem pela frente. Para os stakeholders e sociedade em geral, é essencial melhorar a capacidade de comunicação; “Temos de trabalhar para que o valor da água e dos serviços que prestamos sejam mais bem percecionados”. E algo que o ENEG mostrou ser claro é que o “sucesso no futuro depende da nossa capacidade de agir e de inovar”, afirma, suscitando que “a inovação deve ser feita em cada uma das entidades gestoras”, mas também “articulando esforços e colaboração” entre as mesmas, sendo que, da mesma forma, a APDA tem um papel importante.
O grande debate, que teve como mote “Dificuldades na Gestão da Água e a Emergência Climática: Mudanças Necessárias”, deu ainda provas claras sobre a importância da “eficiência” e da “resiliências e coesão”, bem como o binómio “água e energia”, que requer uma “abordagem integrada e articulada” das duas vertentes, refere. Mas o mais importante “é passar das palavras aos atos: os diagnósticos estão feitos e está na hora de agir”.
O presidente da Comissão Organizadora do ENEG está convicto de que o Encontro será um “contributo para o caminho que temos pela frente”, sublinhando que a “troca de ideias, de debate e de reflexões”, que tiveram lugar, são uma “etapa importante” neste percurso.
Organizado bienalmente pela APDA (Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas), a edição 2021 do ENEG começou na passada terça-feira, dia 23 de novembro, e termina esta sexta-feira, dia 26 de novembro, com o dia dedicado a visitas técnicas.