Desde 2016, investidores privados – incluindo capitais de risco, capitais privados, investidores corporativos (corporate ventures) e instituições financeiras – investiram cerca de 140 mil milhões de euros no ecossistema de tecnologia de baixo carbono. No entanto, para que os países consigam alcançar as metas de neutralidade carbónica, é necessário que, anualmente, se invista oito vezes mais do que o valor investido em 2021, até 2030. As conclusões foram divulgadas no estudo desenvolvido pela Boston Consulting Group (BCG), parceira da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26), que está a decorrer em Glasgow, na Escócia.
Atualmente, as tecnologias emergentes de baixo carbono e bimodais, como as de hidrogénio, de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS), de compensação de carbono e de análise climática, representam apenas 3% do investimento privado, um valor residual face ao impacto que estas soluções podem ter no ambiente, já que são capazes de reduzir 30% das emissões de carbono.
O relatório, partilhado num comunicado, mostra ainda que os corporate ventures têm sido especialmente lentos a investir em tecnologias recentes e promissoras e que os restantes investidores participam com pequenos montantes. Por oposição, tecnologias relativamente maduras, como a dos veículos elétricos e da energia solar e eólica, têm captado a grande maioria do investimento privado.
A consultora conclui que o papel dos investidores privados é essencial para o crescimento e amadurecimento destas tecnologias, uma vez que detêm o capital e a experiência de escalar negócios. Assim, à medida que novas soluções vão sendo lançadas no mercado, os investidores deverão olhar para elas como oportunidades de retorno estratégico e financeiro.
“Ao longo dos últimos meses, a BCG tem mostrado como os diferentes atores da economia, das pequenas às grandes empresas, públicas ou privadas, ao longo de toda a cadeia de valor, podem contribuir para a descarbonização da economia e este estudo vem revelar a importância de também os investidores privados assumirem o seu papel nesta demanda. É, com este conhecimento, que a BCG se uniu ao COP26 e está presente com os seus especialistas para apoiar na definição de estratégias realmente eficazes e positivas, tanto para as organizações, como para o ambiente”, explica Pedro Pereira, managing director & partner da BCG.
A BCG é a consultora parceira do COP26, evento no qual contribui com o seu conhecimento desenvolvido, entre outros, no Centro Global BCG para o Clima e Sustentabilidade, lançado em março deste ano e que reúne mais de 550 peritos para apoiar as empresas nas suas estratégias de sustentabilidade.