O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, disse esta segunda-feira, 9 de agosto, que o relatório sobre o clima é um “alerta vermelho” que deve fazer soar os alarmes sobre as energias fósseis que “destroem o planeta”, lê-se na Lusa.
O relatório estabelece uma avaliação científica dos últimos sete anos e “deve significar o fim do uso do carvão e dos combustíveis fósseis, antes que destruam o planeta”, disse Guterres através de um comunicado, ao qual a Lusa teve acesso.
O secretário-geral da ONU pede que nenhuma central de carvão seja construída depois 2021. “Os países também devem acabar com novas explorações e produção de combustíveis fósseis, transferindo os recursos dos combustíveis (fósseis) para a energia renovável”, acrescentou o secretário-geral da ONU.
O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) estima que o limiar do aquecimento global (de + 1,5° centígrados) em comparação com o da era pré-industrial vai ser atingido em 2030, 10 anos antes do que tinha sido projetado anteriormente, “ameaçando a humanidade com novos desastres sem precedentes”.
Para António Guterres, trata-se de um “alerta vermelho para a humanidade”. E “os alarmes são ensurdecedores: as emissões de gases de efeito estufa provocadas por combustíveis fósseis e a desflorestação estão a sufocar o nosso planeta”, acrescentou o secretário-geral da ONU.
No mesmo documento, Guterres pede igualmente aos dirigentes mundiais que se vão reunir na conferência do clima (COP26) em Glasgow, Escócia, no próximo mês de novembro, para alcançarem “sucessos” na redução das emissões de gases de efeito de estufa. “Se unirmos forças agora, podemos evitar a catástrofe climática. Mas, como o relatório de hoje indica claramente não há tempo e não há lugar para desculpas”, apelou ainda António Guterres