Hoje, dia 29 de julho, quinta-feira, é o Dia de Sobrecarga do Planeta em 2021. De acordo com a a Global Footprint Network, organização com a qual a ZERO (Associação Sistema Terrestre Sustentável) tem vindo a trabalhar no que respeita ao cálculo da pegada ecológica de municípios em Portugal, esta data assinala o dia em que a necessidade de recursos e serviços ambientais por parte da Humanidade excede a capacidade do Planeta terra para regenerar esses mesmos recursos. A partir daí torna-se necessário usar recursos naturais que só deveriam ser utilizados a partir de 1 de janeiro de 2022, alerta num comunicado a associação ambiental ZERO
Segundo a ZERO, em 2020, este mesmo dia foi assinalado a 22 de agosto, em resultado da paragem brusca a nível mundial devido à pandemia, que conduziu a uma redução muito significativa da atividade económica em praticamente todo o planeta. Este ano, verifica-se o expectável: “na ausência de medidas estruturais que promovam um novo paradigma de desenvolvimento, a Humanidade voltou à sua tendência para acionar o cartão de crédito ambiental cada vez mais cedo, tendência apenas interrompida em 2020 devido a fatores conjunturais”. Aliás, “o dia da sobrecarga do planeta em 2021 é igual ao de 2019 – 29 de julho, demonstrando um claro alinhamento com a preocupante tendência dos últimos anos”, alerta a ZERO.
Para associação é “urgente a tomada de consciência para a necessidade de alterar o paradigma de desenvolvimento” no sentido de promover uma “economia do bem-estar”, que garante “qualidade de vida para todos dentro do respeito pelos limites do planeta”.
São diversas as soluções que podem ser adotadas coletiva ou individualmente e que podem ter um impacto significativo no tipo de futuro que se deseja: “A forma como produzimos os alimentos e a dieta que seguimos, a quantidade de bens que consumimos, a forma como nos movemos, as fontes de energia que utilizamos, quantos filhos temos, que área salvaguardamos para a vida selvagem”, são um exemplo destacado pela associação. Segundo a ZERO, são vários os ganhos associados às alterações devem ser feitas, nomeadamente, a “redução da pegada de carbono em 50%” que permitirá “acionar o cartão de crédito ambiental 93 dias mais tarde (início de novembro)”. Já se a “redução for de 50% no que diz respeito à mobilidade” e se for assegurado que “um terço dos quilómetros são substituídos por transporte público” e os “restantes pela bicicleta e andar a pé”, o cartão de crédito ambiental será acionado 13 dias depois (para a segunda semana de agosto), refere a ZERO. Mas, há mais: “Se reduzirmos o consumo de carne em 50% e substituirmos essas calorias por uma alimentação vegetariana, o cartão de crédito seria acionado 17 dias depois (meados de agosto), com 10 desses dias a resultarem das emissões de metano evitadas”, precisa. Por por fim, “reduzir para metade o desperdício alimentar” permitira atrasar o Dia da Sobrecarga do Planeta em 13 dias (para a segunda semana de agosto), conclui a nota da ZERO.