O ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, visitou na passada sexta-feira, 2 de julho, os estaleiros de reparação naval da Lisnave, em Setúbal, por ocasião da reparação do maior navio de cruzeiros português, Vasco da Gama da MYSTIC OCEAN SA.
Para além das habituais operações de manutenção e reparação naval, a empresa refere, em comunicado, que o navio beneficiou da “instalação de novos equipamentos, materiais e sistemas que lhe permitem ultrapassar confortavelmente todas as mais recentes exigências ambientais”. Exemplos disso são “o novo sistema de tratamento de águas residuais e um inovador sistema de 5 catalisadores para os gases de combustão, desenvolvido pela também portuguesa Tecnoveritas, com uma tecnologia pioneira a nível mundial”. Uma intervenção deste tipo, num navio português tem especial significado para a Lisnave, já que “apenas 5% do seu volume de negócios costuma ser realizado com armadores nacionais”, precisa a nota.
Enquadrado neste contexto, o ministro do Mar visitou os estaleiros para conhecer os últimos projetos da Lisnave, plano estratégico e atuais objetivos e necessidades da empresa, assim como os avanços na manutenção e conversão de embarcações e estruturas flutuantes, tal como é o caso do navio cruzeiro “Vasco da Gama” – um “case study de orgulho” para todas as entidades envolvidas, refere o comunicado.
No âmbito da apresentação técnica do projeto e dos resultados alcançados, o empresário Mário Ferreira, salientou que “o nosso objetivo é ter um green ship. Este será um objetivo mundial para o shipping. Acabámos de provar, com empresas e engenheiros portugueses que somos um caso de sucesso na história do mar e que estamos à frente do resto do mundo, superando já hoje métricas que seriam exigidas a partir de 2025. Este será o único navio, com esta idade, que terá autorização para navegar nos Fiordes da Noruega. Um dos mais rigorosos do mundo”.
Nas palavras do ministro do Mar, “estou verdadeiramente emocionado por ver como estão a levar Portugal para a frente nesta área. Vocês foram capazes, num trimestre apenas, de adaptar um navio para operar nos locais mais exigentes em termos de emissões. Agora não vamos baixar a fasquia”.
Nuno Santos, administrador da Lisnave salientou a importância da capacidade de formar e reter talentos: “Temos planos de formação e continuaremos a formar mais ainda. Não podemos ir ao mercado contratar especialistas da reparação naval porque não existem. Temos de os formar aqui no estaleiro. Nós investimos nessa formação e apesar de não conseguirmos, muitas vezes, reter todas as pessoas em que investimos um dos nossos objetivos é aumentar as capacidades técnicas de estaleiro e a rentabilidade, para assegurarmos condições que nos permitam manter junto de nós as pessoas que formamos”.