O projeto INOVSEA tem como objetivo potenciar a inovação nas PME (Pequenas Médias Empresas) que integram a Economia do Mar das regiões costeiras do Alto Minho e Baixo Mondego, tendo como base a cooperação e o incremento de competências em fatores críticos de competitividade, como sejam a economia circular, a transformação digital, a literacia financeira e internacionalização, que permitam potenciar a valorização destas atividades e a progressão nas cadeias e valor. Desta forma, “conhecimento” e “inovação” são as grandes apostas do projeto no sentido em que se potencie a exploração dos recursos regionais e se estimule a capacitação das PME das respetivas regiões, consolidando a sua oferta à escala global e fomentando postos de trabalho e o desenvolvimento da economia do mar.
Num investimento de cerca de 420 mil de euros, o INOVSEA é cofinanciado pelo COMPETE 2020, Portugal 2020 e pelo Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional (FEDER). Promovido pela Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC) e pela Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz, (ACIFF – Associação Empresarial Regional), o projeto já está já está começa a dar os primeiros passos.
A Ambiente Magazine quis saber junto de Manuel Cunha, presidente da AEVC, e de Nuno Lopes, presidente da ACIFF, quais as mais-valias do INOVSEA, nomeadamente, para as regiões costeiras do Alto Minho e Baixo Mondego. De acordo com os responsáveis, será através de um “tecido empresarial mais dinâmico e competitivo” que o projeto vai permitir fortalecer a posição marítima das regiões: “Acreditamos que o INOVSEA vai aumentar o valor acrescentado e o volume de negócios das empresas da fileira do mar nas regiões costeiras destas regiões e alavancar a capacidade de inovação das regiões, graças a uma massa crítica de empresas inovadoras”. Através deste projeto, ambas as instituições ambicionam também “promover o desenvolvimento das atividades emergentes, inovadoras e qualificadas”, ajudando as empresas a “ganhar maturidade e escala” e prepará-las para “alcançarem uma maior penetração em mercados internacionais” e “atrair um investimento para o setor”.
Relativamente às ações previstas no âmbito deste projeto, destaque para a “definição da estratégia para as regiões costeiras” enquadra-se na primeira grande ação deste projeto: “Vamos fazer um levantamento da capacidade de oferta instalada das atividades da economia do mar, definir de um plano de ação para a economia do mar nas regiões e realizar um seminário de apresentação do estudo e plano de ação”. Depois, a “dinamização de ecossistemas de inovação e redes de cooperação”, onde está previsto “realizar jornadas de inovação e transferência de conhecimento e desenvolver de uma plataforma de disseminação de conhecimento”, referem. E, por fim, a “qualificação e capacitação” que será conseguida através da “realização de um ciclo de workshops”, destacam.
Questionados sobre como é que o INOVSEA vai impulsionar a economia do mar nestas regiões, Manuel Cunha destaca que a economia do Mar, em Viana do Castelo, tem um “futuro e uma agenda” extraordinariamente risonha e otimista: “É muito significativo quer o investimento público e privado que se perspetiva para os próximos anos, quer o volume e a qualidade do emprego que se espera criar”. Segundo o responsável, está a iniciar- se a elaboração da Agenda “Viana do Castelo – retoma através do Mar” que, após auscultação de múltiplos agentes económicos, “validará a estratégia da economia do Mar”. E, neste contexto, o INOVSEA terá um “papel ativo na mobilização e congregação de vontades e interesses da comunidade marítima” de Viana do Castelo para “evidenciar e reforçar um tão importante setor”, sustenta.
Sendo a ACIFF uma Associação Empresarial Regional que abrange toda a região de Coimbra e que tem como estratégia a aposta no desenvolvimento das potencialidades da Economia do Mar, Nuno Lopes acredita que o projeto vai “aprofundar o conhecimento” sobre o setor, “potenciar e criar novas sinergias entre os diferentes agentes económicos e entre as duas regiões envolvidas no projeto”. De acordo com o responsável, o concelho da Figueira da Foz apresenta “condições naturais e infraestruturas que naturalmente favorecem as atividades ligadas à economia do mar” e, além da diversificação das atividades económicas do setor, tem igualmente uma Incubadora especializada na Indústria e no Mar e um Ecossistema de Empreendedorismo de Mar: “A economia do mar é para o concelho uma aposta de grande potencial nas suas variadas vertentes”.
No que diz respeito ao futuro, presidente da AEVC deseja que Viana do Castelo seja uma “referência” na “sustentabilidade e na inovação”, na “exploração do potencial eólico no mar”, na “construção e reparação naval”, na “pesca”, no “desportos náuticos e no “turismo”. Já o presidente da ACIF ambiciona que a economia do mar se afirme como “setor fundamental no desenvolvimento de Portugal”, e que tendo em conta as características naturais do concelho da Figueira da Foz, haja uma “proliferação de empresas inovadoras, sustentáveis e associadas à investigação nas mais diversas áreas”, como a pesca, a biotecnologia, a aquacultura, a indústria de transformação de pescado, o setor dos portos, do turismo, da náutica de recreio, do shipping (transporte de mercadorias), entre outros.
A AEVC e a ACIF são duas Instituições centenárias, de utilidade pública, com sede em cidades que têm uma enorme tradição de atividade ligada ao mar, que têm a sua génese na defesa e representatividade dos grandes Comerciantes de então onde o porto de mar era âncora e epicentro da geração de riqueza.