A BMW Portugal promoveu no dia 15 de abril um debate, com o contributo de diferentes entidades, sobre “O caminho para o desenvolvimento de Smart Cities em Portugal”. O evento totalmente digital, transmitido nas redes sociais da marca, contou com a moderação do jornalista Luís Ribeiro, lê-se numa nota de imprensa.
A sessão, que arrancou com as boas-vindas e visão estratégica da BMW Portugal para os próximos anos pela voz do diretor-geral, Massimo Senatore, contou também com a presença de Eduardo Pinheiro, secretário de Estado da Mobilidade, José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, e João Peixoto, CTO da Critical TechWorks. Durante cerca de uma hora foram partilhadas diferentes perspetivas e medidas adotadas, e previstas, pelas respetivas organizações face à construção de futuras smart cities, tendo como base comum a ideia da urgência por uma mobilidade mais verde e ecológica, refere um comunicado divulgado pela BMW Portugal.
Na sua intervenção, Massimo Senatore, destacou a importância da mobilidade elétrica para a construção de cidades cada vez mais inteligentes, salientando que “os conceitos de cidade inteligente e de mobilidade estão a evoluir rapidamente”. Massimo Senatore ressalva a importância dos construtores de automóveis na construção de uma mobilidade do futuro, através de uma oferta cada vez maior de veículos elétricos, mas sem esquecer que “a mobilidade é global e, infelizmente, ainda não estamos todos na mesma fase do caminho”. Por isso, acredita que é necessário existirem “mais incentivos, nomeadamente o alargamento dos mesmos a clientes particulares e a melhoria de infraestruturas”. O diretor-geral da BMW Portugal salienta ainda a importância da “disponibilização da informação”, pois acredita que esta se trata “de um elemento fundamental, que de vez em quando falta, para construirmos uma mobilidade mais avançada e tecnologicamente mais sustentável”.
Já o secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, reforça que o tema relacionado com cidades inteligentes se encontra na ordem do dia das preocupações do Governo e o facto da secretaria de Estado da Mobilidade estar inserida no Ministério do Ambiente “é mais do que uma questão simbólica. Todas as decisões tomadas no que dizem respeito à mobilidade, têm que ter sempre em mente a sustentabilidade ambiental”. Além disso, apesar dos desafios, o responsável considera que “os incentivos são cruciais para alcançar a neutralidade carbónica em 2050”. E “Portugal tem de acelerar o processo”, precisa. Eduardo Pinheiro concorda com a BMW Portugal, afirmando que é “evidente que tem de ser feito um trabalho em conjunto, tanto do lado dos construtores automóveis, como através dos constantes incentivos do Governo”. Por outro lado, salienta a importância da questão do desenvolvimento das infraestruturas, tema no qual Portugal tem sido um país pioneiro, afirmando que “neste momento, a prioridade é garantir a equidade do território”, criando postos em locais e cidades onde a iniciativa privada não é suficiente para satisfazer as necessidades dos consumidores.
Já José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, reforça o exemplo de Aveiro como uma cidade cada vez mais inteligente, aliada a uma tecnologia de vanguarda. Segundo Ribau Esteves, a questão da entrega da gestão do primeiro ferryboat elétrico do país “foi um passo muito importante e positivo para as comunidades intermunicipais, sendo um dos passos de descentralização, dos últimos anos, com um maior sucesso”. O presidente acredita que o conceito de mobilidade, aliado ao de energia, é crucial para melhorar as performances ambientais nas cidades, de forma a torná-las mais sustentáveis. Por isso, a cidade de Aveiro tem como objetivo garantir que, em 2 anos, todos os moliceiros tenham um motor elétrico, abolindo os motores de combustão. Salienta ainda que o Projeto Aveiro Tech City, tem como principal foco a envolvência das pessoas, nomeadamente das crianças e jovens, para que possa ser “cultivado o gosto e a aptidão para questões ambientais”. José Ribau Esteves afirma que a mobilidade está intrinsecamente ligada às pessoas, tendo “um efeito de mobilização e comunicação na população muito forte”.
Do lado da Critical TechWorks, João Peixoto, em concordância com José Ribau Esteves, reforça que a centralidade do negócio são as pessoas, nomeadamente, as necessidades das mesmas. Além disso, acredita que a indústria automóvel está, neste momento, a atravessar um período de transformação e, até mesmo, de revolução, realçando que “os automóveis que estão a ser lançados já estão bastante conectados, mas em comparação com os telemóveis, a indústria ainda tem um longo caminho a percorrer, em termos de conectividade”.
Nesta segunda edição do ciclo de Talks promovido pela BMW Portugal, BMW e-Future, a entidade organizadora prevê que no final de 2025 terá vendido cerca de dois milhões de veículos totalmente elétricos. Além disso, reforçou a chegada do novo serviço BMW e-Drive Zones, em julho de 2021, a Portugal, contribuindo assim para a construção de cidades cada vez mais ecológicas.